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Chapéu
São Paulo

Mortes pela covid-19 em São Paulo crescem 31% desde anúncio da flexibilização

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De quando Doria e Covas anunciaram a reabertura de shoppings e comércios, as mortes pela covid-19 na capital paulista passaram de 7.599 para 9.998
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Foto: Arquivo EBC

A capital paulista teve aumento de 31,6% nas mortes confirmadas ou suspeitas de terem sido causadas pela covid-19 desde 27 de maio, quando o governador paulista, João Doria, e o prefeito da capital, Bruno Covas, ambos do PSDB, anunciaram a flexibilização da quarentena, com a reabertura de shoppings, comércios e escritórios. Dados do governo municipal indicavam 7.599 mortos naquela data. Hoje, a cidade registra 9.998 mortos. Além disso, há 1.908 pessoas internadas, sendo 774 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que estão com 65% de ocupação. A reportagem é da Rede Brasil Atual.

Desde o anúncio da flexibilização da quarentena, os 20 distritos mais ricos da cidade registraram aumento percentual no número de mortes maior que o dos 20 distritos mais pobres. Os primeiros passaram de 1.062 mortes para 1.277 – 20,2% de aumento.

Já entre as regiões mais pobres, o aumento das mortes pela covid-19 na capital paulista foi de 19,2% – de 2.127 para 2535. Apesar disso, ambos os grupos registraram uma desaceleração no aumento de mortes. No período anterior, entre 14 e 27 de maio, os aumentos foram de 30,3% e 36,5%, respectivamente. Os dados são da Secretaria Municipal da Saúde, referentes ao último dia 5.

Os distritos com maior número de mortes são Brasilândia, com 247 óbitos, Tremembé, com 177, Cachoeirinha, com 156, e Freguesia do Ó, com 154, na zona norte. Na leste, Sapopemba, com 245, Itaquera, com 164, e Cidade Tiradentes, com 156. Na zona sul, o distrito do Grajaú tem 215 mortes, Jardim Ângela e Capão Redondo têm 197 cada, Cidade Ademar registra 193, Sacomã tem 1770 e o Jabaquara, 160. Na zona oeste, somente o distrito do Campo Limpo superou 100 mortes – soma 107.

Um dos agravantes para o enfrentamento da pandemia na periferia é a que eles possuem menos leitos de UTI, com um máximo de oito para cada 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 30 para cada 100 mil. Na capital paulista, 60% dos leitos de UTI estão concentrados em três distritos: Sé, Vila Mariana e Pinheiros.

Mortes no interior

Quatro regiões em que Doria autorizou maior flexibilização na quarentena registraram aumento nas internações e mortes causadas pela covid-19 e vão passar a uma quarentena mais restritiva a partir da próxima segunda-feira (15). As regiões de Barretos, Presidente Prudente, Bauru e Araraquara, que englobam 133 cidades, foram direto da fase 1-vermelha do Plano São Paulo, em que só podem funcionar os serviços essenciais, para a fase 3-amarela, e foram autorizadas a abrir shoppings, comércios em geral, bares, restaurantes, salões de beleza e escritórios.

Para embasar as decisões, o governo Doria criou a chamada taxa de variação do número de mortes: pega-se o total de óbitos em uma semana e divide-se pelo da semana anterior. Se o resultado for maior que 1, é porque os óbitos aumentaram. As regiões que agora terão de retomar a rigidez no isolamento tinham uma taxa de variação do número de mortes menor que 1 há duas semanas.

Hoje estão todas acima de 1,5. Araçatuba chegou a 2,25 e Barretos, a 2. Além disso, Ribeirão Preto, que estava na fase 2-laranja, também teve aumento nas mortes e a taxa de variação chegou a 2. As regiões de Presidente Prudente, Barretos e Ribeirão Preto vão passar para a fase 1-vermelha. E as de Bauru e Araraquara para a fase 2-laranja. Já o litoral sul e a Grande São Paulo passam para a fase 2-laranja do Plano São Paulo. A capital paulista mantém o status.

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