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Chapéu
Campanha dos Bancários 2022

Brasil mais justo, aumento real e direitos: bancários estão prontos para a luta!

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Pauta de reivindicações para a Campanha Salarial dos Bancários aprovada na 24ª Conferência Nacional dos Bancários

Neste domingo, 12 de junho, na 24ª Conferência Nacional dos Bancários, depois de três dias de intensos e produtivos debates – sobre o Brasil que a gente quer, conjuntura política e social, setor bancário, condições de trabalho e saúde, comunicação e estratégias de luta – bancárias e bancários de todo o país, representados pelos 856 delegados e delegadas eleitos nos encontros e conferências estaduais, aprovaram a pauta de reivindicações da categoria e o calendário de lutas para a Campanha Nacional Unificada deste ano, a ser entregue para a Fenaban (federação dos bancos).

A última mesa da 24ª Conferência Nacional dos Bancários, que aprovou a pauta de reivindicações e resoluções, teve a coordenação da presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira; e foi composta por Nilton Damião Esperança, presidente da Fetraf Rio de Janeiro e Espírito Santo; Neide Maria Rodrigues, presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande, MS e Região; Luciano Fetzner, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre; e Katia Lucimar Rocha Branco Lopes, vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

Entre os pontos da pauta de reivindicações aprovada na 24ª Conferência Nacional dos Bancários estão:  

  • Reposição salarial e nas demais verbas: inflação (INPC) do período entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022, mais 5% de aumento real;
  • Aumento maior para o VR e VA; 
  • Garantia dos empregos
  • Manutenção da regra da PLR, atualizada pelo índice de reajuste;  
  • Jornada contratual de 4 dias de trabalho, entre segunda e sexta-feira;
  • Fim das metas abusivas;
  • Combate ao assédio moral;
  • Proteção aos trabalhadores adoecidos;
  • Acompanhamento e tratamento de bancários com sequelas da Covid-19.  

“Nossa campanha começou em maio, com a consulta à categoria, em seguida conferências estaduais, e hoje finalizamos a Conferência Nacional. O resultado da consulta refletiu a real necessidade da categoria. Nas cláusulas econômicas, as principais reivindicações foram por aumento real, PLR maior, e reajustes no vale-alimentação e refeição. Entre as cláusulas sociais, a consulta apontou também o fim das demissões, manutenção dos direitos e o combate ao assédio moral. E destaca como a atual política dos bancos compromete a saúde dos empregados: um terço dos bancários responderam que usam medicamentos controlados”

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

“As reivindicações da categoria são muito importantes, mas a consulta nos mostrou também que os bancários estão preocupados com o que acontece no país e querem um Brasil mais justo, com equidade, sem preconceito e discriminação. Um país com mais emprego, mais investimentos em saúde e educação. Um país que valorize os trabalhadores e que, por isso, acham importante o debate sobre as eleições e a conjuntura sociopolítica e econômica do país”, acrescenta Ivone. 

A presidenta da Contraf-CUT e também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, lembrou que o lucro somado dos cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) alcançou R$ 27,6 bilhões entre o final de março de 2021 e o final de março de 2022, crescimento de 17,5% no período. 

“Mais do que recompor a inflação, os bancários, que trabalharam para garantir lucros astronômicos aos bancos, querem ter aumento real em seus salários e a manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho em vigência”

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

Nas ruas e redes 

A secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro, destaca o ímpeto da categoria em eleger candidatos comprometidos com os trabalhadores e a importância da mobilização de cada bancário e bancária na Campanha Nacional Unificada.   

“Vimos, pela primeira vez, na Consulta, o trabalhador bancário mobilizado e pedindo que nossos sindicatos discutam e promovam a política. Na consulta nacional, para 84,3% dos participantes, é muito importante eleger, nas eleições deste ano, candidatos à Presidência e ao Congresso Nacional comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Isso é resultado de muita mobilização e conscientização dos nossos sindicatos, com trabalhos diários com suas bases. Agora é muito trabalho, união e mobilização nas redes, nas ruas, nos Comitês de Luta, para ganhar o jogo da Campanha Nacional, conquistar todas as nossas reivindicações, e também para para defender a democracia e um projeto de reconstrução do Brasil”, diz Neiva. 

Jornada de 4 dias

Foi aprovada uma proposta para a inclusão, na pauta de reivindicações a ser entregue à Fenaban, da implantação da semana de 4 dias nos bancos, a ser cumprida entre segunda e sexta-feira. 

“Vimos nos debates aqui o quanto os bancos investem em tecnologia, como os nossos postos de trabalho estão diminuindo, e como os bancários estão com a sua saúde afetada. Por isso, nossa proposta de jornada de 4 dias tem a intenção de que nós, trabalhadores, usufruamos dos benefícios da tecnologia. Hoje, só vemos os bancos se aproveitando disso para diminuir os custos. E nós, trabalhadores, não vemos diferenças nas nossas vidas. O que vemos, em todo o mundo, são postos de trabalho sendo eliminados, a o trabalhador trabalhando mais para ganha a mesma coisa ou menos. Se a tecnologia ajudou muito o trabalho a ser feito em menor tempo, nós também podemos sim trabalhar em menor tempo. E também é uma questão de saúde, de maior tempo para lazer. Já temos experiências na Islândia, Reino Unido, Nova Zelândia, Espanha, entre outros países”

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

Proteção aos trabalhadores adoecidos

A secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Valeska Pincovai, ressalta a importância de atualizar cláusulas relacionadas com a saúde, e também incluir novas, que garantam a proteção, tratamento e direitos dos trabalhadores afetados por sequelas da Covid-19.

"Na renovação da nossa Convenção Coletiva, precisamos atualizar cláusulas relacionadas com a Saúde. Isso se faz necessário pela mudança de nomenclaturas implementada pelo INSS, o que abre brechas para os bancos não pagarem, por exemplo, a complementação. Além disso, temos que levar para a mesa de negociação, e para o futuro governo, esse importante debate sobre a necessária proteção social dos trabalhadores adoecidos”, diz Valeska.

Fim das metas abusivas

O fim das metas abusivas é outro ponto chave da Campanha Nacional Unificada dos Bancários. 

“Nós queremos negociar e avançar em travas nesse modelo adoecedor que são os programas de metas abusivas. É um mecanismo que precisa ser travado. Queremos discutir a gestão dos bancos. Queremos negociar metas coletivas; que as metas tenham participação dos trabalhadores; queremos negociar a diferenciação por agências, dependendo de localização e número de clientes. É essencial que este seja um dos temas principais na nossa campanha”, disse Mauro Salles secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT. 

Aumento maior no vale-refeição e vale-alimentação

Também foi aprovado reajuste diferenciado e maior nos vales-alimentação e refeição. A proposta está em consonância com a inflação, que atingiu dois dígitos, e com as respostas da categoria na Consulta Nacional, que indicaram que este tema é prioritário para 62% dos bancários.

Eleições

Por fim, também foram aprovadas as moções da 24ª Conferência Nacional dos Bancários e uma resolução “para derrotar Bolsonaro e eleger Lula presidente”, com mais de 95% do total de votos dos delegados e delegadas da Conferência. 

“Nós, trabalhadores, defendemos Lula por todas as suas qualidades e pelo que ele representa. Ele representa um extrato social. Nunca tivemos um líder desse país que nos representasse tanto. Ele sabia exatamente pelo o que estávamos passando. Ele é trabalhador, estava na fábrica, passou fome, e viu o que realmente era ser pobre neste país. Foi a partir daí que ele pensou em como colocar os pobres no orçamento deste país. Combatendo a fome e criando empregos (…) Para mim, votar no Lula, não tenho dúvida nenhuma nessa questão e, mais do que isso, não tenho dúvida de defender isso na base a qual eu represento”

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

Assembleias

A minuta de reivindicações e as resoluções aprovadas pela 24ª Conferência Nacional dos Bancários serão analisadas em assembleias a serem realizadas por sindicatos dos bancários em todo o país nesta segunda 13 e terça-feira 14 e, após aprovada, será entregue à Fenaban na quarta-feira 15.

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