Nesta quarta-feira 19, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, anunciou a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 10,5% ao ano, a segunda maior taxa de juros reais do mundo, atrás apenas da Rússia.
O Copom justificou a decisão de interromper a redução da Selic - que já havia desacelerado na última reunião, realizada em maio, quando o corte foi de apenas 0,25 ponto percentual – alegando que existe uma suposta expectativa de aumento da inflação e desvalorização do Real.
“A inflação está sob controle. Portanto, a justificativa do Copom não procede, e impede que o Banco Central cumpra sua missão de colaborar com a geração de emprego e renda. Manter a taxa de juros reais brasileira como a segunda maior do mundo boicota o desenvolvimento econômico e social do país. Este cenário beneficia essencialmente detentores da dívida pública, na sua maioria instituições financeiras”, enfatiza a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro.
“Enquanto o Banco Central, através do Copom, atende aos interesses do mercado financeiro, o crédito para famílias e empresas encarece, o endividamento cresce, e os investimentos caem, o que impacta negativamente na geração de emprego e renda”, acrescenta.
Um dos eixos da Campanha Nacional Unificada dos Bancários é a luta pela redução da taxa básica de juros, de forma que o país tenha condições necessárias para avançar no crescimento econômico e na geração de emprego e renda.
“O Copom não pode continuar sendo utilizado como instrumento político de boicote ao governo e, por consequência, à economia brasileira. Recentemente, foram noticiadas movimentações político partidárias do presidente do Banco Central, incompatíveis com a alegada independência do órgão que preside. Na nossa Campanha Nacional vamos denunciar esta situação absurda, que penaliza toda a sociedade brasileira, e cobrar uma taxa de juros que não trave o desenvolvimento econômico e social do país”, conclui Neiva Ribeiro.