São Paulo - Com apitos e muito barulho, cidadãs de São Paulo protestaram contra o Projeto de Lei 175/2013 que obriga Metrô e CPTM a reservarem vagão exclusivo para mulheres, sob o pretexto de evitar o assédio sexual em trens lotados. O ato contra o chamado “vagão rosa” foi na estação República, no fim da tarde dessa quarta-feira.
“É segregação e não resolve o problema. O importante é ter políticas públicas que resultem em uma nova forma de comportamento e na construção de uma sociedade não machista. Além disso, a lotação dos trens é prova evidente de que precisamos de investimentos do governo estadual em transporte público de qualidade”, critica a diretora executiva da CUT São Paulo, Adriana Magalhães.
O PL, de autoria do deputado Jorge Caruso (PMDB), foi aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo em 3 de julho. Após o recesso da Alesp, seguirá para o governador Geraldo Alckmin, que terá até 15 dias para sancionar ou não a proposta. Caso seja sancionada, as empresas terão 90 dias para se adaptar à nova legislação.
O apitaço foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pela Marcha Mundial de Mulheres, que prometem continuar as manifestações para pressionar Alckmin.
As entidades alertam para o perigo de a medida ainda exacerbar a violência: no caso de se atingir a lotação do vagão exclusivo, as mulheres que tiverem de tomar outro vagão podem sofrer abuso por estarem “no lugar errado”. Defendem ainda a promoção de campanhas pelos direitos femininos e punição efetiva aos assediadores.
Redação - 16/7/2014
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Mulheres protestam contra PL que determina carro exclusivo. Para elas é segregação e não resolve assédio
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