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Cantareira cai a 19,4% mesmo com volume morto

Linha fina
De acordo com levantamento, reservatórios têm 25% de chance de recuperação no período de chuvas
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São Paulo – Mesmo com a utilização do volume morto – água do fundo dos reservatórios – o sistema Cantareira está operando com menos de 20% (19,4%) da capacidade desde sexta-feira 4.

O sistema abastece cerca de 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo, praticamente metade da população da região metropolitana.

Desde que o volume morto foi adotado na captação, o sistema perdeu cerca de 7 pontos percentuais de sua capacidade. Em 16 de maio, seu nível registrava 26,7%.

Em dez dias, o volume esvaziou 1,7 ponto percentual. Em 27 de junho, o índice era de 21,1%.

Para garantir água até março de 2015, a Sabesp projetava uma redução média de até 1,5 ponto percentual a cada dez dias, além da elevação do volume de chuva.

Se o ritmo da saída de água for mantido e o clima sem chuva continuar, os reservatórios só garantiriam abastecimento até, no máximo, novembro.

A Sabesp diz que continua com ações para retardar a perda de reserva, como bônus a quem reduzir o consumo e o uso de outros sistemas para abastecer bairros antes atendidos pelo Cantareira.

Nem chovendo – Vista como a salvação para a crise, a próxima temporada de chuvas não deve tirar o Cantareira do estado crítico. Análise estatística feita pelo comitê que monitora a seca nos reservatórios mostra que o sistema tem apenas 25% de chance de acumular entre dezembro e abril de 2015 uma quantidade de água (546 bilhões de litros) suficiente para repor o "volume morto" e ainda devolver 37% da capacidade antes do próximo período de estiagem.

Segundo o levantamento feito pelo comitê anticrise, os cálculos mostram que a probabilidade de o Cantareira obter um saldo igual ou superior a 394 bilhões de litros entre dezembro e abril é de 50% e sobe para 75% quando a quantidade acumulada nesses cinco meses cai para 219 bilhões de litros.

Se as projeções mais pessimistas do comitê e da Sabesp se confirmarem, o "volume útil" do manancial acaba no início de julho e o "volume morto" entre outubro e novembro. Desta forma, no primeiro cenário, o sistema chegaria a maio de 2015 com cerca de 22% da capacidade normal e, no segundo, com apenas 4%.


Redação, com informações do Estado de S. Paulo e da Folha de S. Paulo – 8/7/2014
 

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