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São Bernardo do Campo – Três meninas e um rapaz foram agredidos a socos e chutes na noite de domingo 5 ao final da 11ª Parada do Orgulho LGBT de Santo André, região do ABC Paulista. Segundo uma das vítimas, os agressores foram seguranças do Grand Plaza Shopping, localizado na Avenida Industrial, uma travessa na rua Padre Vieira, onde foi finalizada a parada. Uma garota chegou a desmaiar ao ter o nariz quebrado e um rapaz ficou com o pulso fraturado e o ombro deslocado. O caso foi parar na delegacia.
“A cena foi surreal, pura violência gratuita, apenas porque tínhamos participado da parada”, desabafou Nathália Góes, de 19 anos, uma das agredidas. Conforme os jovens, ao final da parada, por volta das 18h, o grupo decidiu ir até o shopping comer e pegar o carro de um deles que estava estacionado no local. Ao chegarem lá, os portões estavam fechados e os seguranças barravam a entrada de qualquer pessoa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros), sem nenhuma justificativa ou motivo aparente.
“Depois de muito insistir, conseguimos entrar e quando perceberam que estávamos filmando, ficaram alterados, tentaram pegar o celular e começaram a nos bater e a chamar o menino de ‘viadinho’”, revelou Nathália. Ainda conforme o relato dos jovens, a moça que filmava a ação foi derrubada no chão. O irmão dela tentou reagir e levou um soco no rosto e foi imobilizado por três seguranças. “Eles gritavam ‘tá gravando meu rosto por quê? Não é para gravar p... nenhuma’, enquanto agredia a menina no chão. Ela só parou de apanhar quando quebraram o nariz dela e ela desmaiou”, afirmou Nathália.
Diante da situação, outra menina começou a filmar a ação e foi surpreendida com uma chave de pescoço, enquanto o segurança tentava tirar o celular das mãos dela. “Foi nessa hora que também levei uma chave no pescoço. Até agora não sei por que”, comentou Nathália. Ao perceberam que uma das meninas tinha desmaiado, os seguranças pararam de bater. “Saímos de lá direto para a delegacia, onde registramos queixa”, disse Nathália. O caso foi registrado no 4º DP (Distrito Policial) de Santo André como lesão corporal.
Em nota, a administração do Grand Plaza Shopping informou que bloqueou o acesso de pedestres a uma de suas portarias localizada na avenida Industrial como medida única e exclusiva para preservar a integridade física dos frequentadores do centro de compras e evitar danos ao patrimônio, uma vez que foi registrado tumulto na área externa ao empreendimento.
A versão dos seguranças ainda não foi ouvida pela polícia. Ao longo da semana, todos os envolvidos serão intimados para prestar esclarecimentos. A polícia também tentará buscar vídeos da ação de modo que se possam identificar os agressores.
Problema com a PM - Conforme Marcelo Gil, presidente da ABCD`s (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), que organiza a parada, a violência dos seguranças do shopping foi motivada pela ação da Polícia Militar que realizou a dispersão do público da parada gay antes do horário combinado com a organização do evento e de maneira errada. “A PM não deu tempo de o pessoal ir embora. Quando terminei minha fala em cima do trio elétrico, os policiais já vieram para cima do público, empurrando para que todos saíssem”, relatou.
O evento terminou às 18h e, conforme Gil, a dispersão estava agendada com a polícia para as 19h. Ainda de acordo com Gil, a ação da PM foi totalmente desnecessária, uma vez que o evento ocorria de maneira pacífica. “Só faltaram jogar spray de pimenta em nós. Tive que ficar na frente de várias pessoas, para evitar que fossem agredidas pela PM”, afirmou Gil. Diante da ação da PM, várias pessoas correram para tentar se abrigar no shopping. “Foi nessa hora que os seguranças fecharam os portões. Éramos quase 3 mil pessoas nesse momento, eles não iam permitir que essa multidão entrasse”, analisou.
Foi nesse momento, e sem saber dessa confusão com a PM, que o grupo de Nathália tentava entrar no centro comercial. “Mas é claro que nada justifica a maneira desleal que os seguranças agrediram as meninas”, destacou Gil. O presidente da ABCD’s ainda esclareceu que o caso será denunciado à Ouvidoria da Polícia Militar, ao Conselho Estadual LGBT e à coordenadoria Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual.
“Também vamos agendar uma reunião com o secretário estadual de Segurança Pública (Alexandre de Moraes), pois o comandante da PM no ABC (Marcelo Cortez) terá que assumir o erro. Tenho em ata tudo o que tínhamos acertado para o evento e ele não cumpriu. E isso ocasionou toda essa violência”, destacou Gil.
Procurada, a assessoria da PM não se manifestou sobre o caso.
Claudia Mayara, ABCD Maior, com edição da Redação - 7/7/2015
“A cena foi surreal, pura violência gratuita, apenas porque tínhamos participado da parada”, desabafou Nathália Góes, de 19 anos, uma das agredidas. Conforme os jovens, ao final da parada, por volta das 18h, o grupo decidiu ir até o shopping comer e pegar o carro de um deles que estava estacionado no local. Ao chegarem lá, os portões estavam fechados e os seguranças barravam a entrada de qualquer pessoa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros), sem nenhuma justificativa ou motivo aparente.
“Depois de muito insistir, conseguimos entrar e quando perceberam que estávamos filmando, ficaram alterados, tentaram pegar o celular e começaram a nos bater e a chamar o menino de ‘viadinho’”, revelou Nathália. Ainda conforme o relato dos jovens, a moça que filmava a ação foi derrubada no chão. O irmão dela tentou reagir e levou um soco no rosto e foi imobilizado por três seguranças. “Eles gritavam ‘tá gravando meu rosto por quê? Não é para gravar p... nenhuma’, enquanto agredia a menina no chão. Ela só parou de apanhar quando quebraram o nariz dela e ela desmaiou”, afirmou Nathália.
Diante da situação, outra menina começou a filmar a ação e foi surpreendida com uma chave de pescoço, enquanto o segurança tentava tirar o celular das mãos dela. “Foi nessa hora que também levei uma chave no pescoço. Até agora não sei por que”, comentou Nathália. Ao perceberam que uma das meninas tinha desmaiado, os seguranças pararam de bater. “Saímos de lá direto para a delegacia, onde registramos queixa”, disse Nathália. O caso foi registrado no 4º DP (Distrito Policial) de Santo André como lesão corporal.
Em nota, a administração do Grand Plaza Shopping informou que bloqueou o acesso de pedestres a uma de suas portarias localizada na avenida Industrial como medida única e exclusiva para preservar a integridade física dos frequentadores do centro de compras e evitar danos ao patrimônio, uma vez que foi registrado tumulto na área externa ao empreendimento.
A versão dos seguranças ainda não foi ouvida pela polícia. Ao longo da semana, todos os envolvidos serão intimados para prestar esclarecimentos. A polícia também tentará buscar vídeos da ação de modo que se possam identificar os agressores.
Problema com a PM - Conforme Marcelo Gil, presidente da ABCD`s (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), que organiza a parada, a violência dos seguranças do shopping foi motivada pela ação da Polícia Militar que realizou a dispersão do público da parada gay antes do horário combinado com a organização do evento e de maneira errada. “A PM não deu tempo de o pessoal ir embora. Quando terminei minha fala em cima do trio elétrico, os policiais já vieram para cima do público, empurrando para que todos saíssem”, relatou.
O evento terminou às 18h e, conforme Gil, a dispersão estava agendada com a polícia para as 19h. Ainda de acordo com Gil, a ação da PM foi totalmente desnecessária, uma vez que o evento ocorria de maneira pacífica. “Só faltaram jogar spray de pimenta em nós. Tive que ficar na frente de várias pessoas, para evitar que fossem agredidas pela PM”, afirmou Gil. Diante da ação da PM, várias pessoas correram para tentar se abrigar no shopping. “Foi nessa hora que os seguranças fecharam os portões. Éramos quase 3 mil pessoas nesse momento, eles não iam permitir que essa multidão entrasse”, analisou.
Foi nesse momento, e sem saber dessa confusão com a PM, que o grupo de Nathália tentava entrar no centro comercial. “Mas é claro que nada justifica a maneira desleal que os seguranças agrediram as meninas”, destacou Gil. O presidente da ABCD’s ainda esclareceu que o caso será denunciado à Ouvidoria da Polícia Militar, ao Conselho Estadual LGBT e à coordenadoria Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual.
“Também vamos agendar uma reunião com o secretário estadual de Segurança Pública (Alexandre de Moraes), pois o comandante da PM no ABC (Marcelo Cortez) terá que assumir o erro. Tenho em ata tudo o que tínhamos acertado para o evento e ele não cumpriu. E isso ocasionou toda essa violência”, destacou Gil.
Procurada, a assessoria da PM não se manifestou sobre o caso.
Claudia Mayara, ABCD Maior, com edição da Redação - 7/7/2015