São Paulo - O Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) divulgou boletim na sexta-feira 14 onde afirma não ver crescimento econômico no país nos próximos meses, apesar de o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre ter crescido 1% na comparação com os três meses anteriores.
Foi a primeira manifestação da entidade após a aprovação da reforma trabalhista. Apesar de a nova lei ainda não impactar no estudo, uma piora já é esperada. "[A reforma trabalhista], já aprovada no Congresso, certamente intensificará o quadro de precarização".
"A principal contribuição ao crescimento do PIB veio da agropecuária (13,4%), impulsionada pelas exportações. O resultado, no entanto, é tipicamente sazonal", diz a nota. Para ilustrar a falta de confiança, compara o resultado de janeiro a março deste ano com mesmo período de 2016 e também o acumulado nos quatro trimestres, encontrando resultados predominantemente negativos. Também cita a queda no consumo das famílias e no investimento, que poderiam estimular a atividade econômica.
A nota do Dieese avalia ainda o desemprego: "no momento, não há sinais de recuperação", dispara. "O desemprego, que cresceu aceleradamente entre fins de 2014 e de 2016, nos primeiros meses de 2017 aumenta mais devagar, contudo, continua persistente, prolongado e atinge mais de três milhões de trabalhadores em quatro regiões metropolitanas". Em maio, os desempregados da região de São Paulo levavam em média 43 semanas na procura por ocupação, cerca de 10 a 11 meses.
Com base no Caged, a nota observa que o salário médio de admissão em maio foi de R$ 1.442 contra R$ 1.649 do de desligamento. Ou seja, o trabalhador admitido entrou ganhando o equivalente a 87% do salário do funcionário que saiu.