São Paulo – Terminou sem avanços a terceira reunião da Comissão Bipartite de Segurança Bancária. Ficou sem resposta a principal demanda do movimento sindical: o cumprimento da cláusula 33-Ca, prevista Convenção Coletiva de Trabalho, que amplia a possibilidade de o trabalhador vítima de sequestro consumado ser realocado para outra agência ou posto de atendimento bancário.
A reivindicação principal da categoria é ampliar a proteção ao bancário vítima de extorsão mediante sequestro. A Fenaban respondeu não ter uma conclusão, do ponto de vista técnico, sobre a mudança e vai entregar uma resposta antes da próxima reunião, marcada para 11 de setembro.
Para Carlos Damarindo, secretário de Saúde do Sindicato, a Fenaban comprova o seu descaso com a segurança e a saúde dos trabalhadores com a protelação de uma resposta para essa demanda. “Os lucros dos bancos são obtidos por meio do trabalho dos bancários, portanto a proteção da vida dos seus funcionários deveria ser prioridade, mas infelizmente a ausência de uma reposta para essa reivindicação demonstra que isso não corresponde à realidade”, critica o dirigente.
Durante a reunião também foram discutidas estratégias para o combate de assaltos a agências e redução do número de ocorrências. A Fenaban alegou que no ano de 2017 houve redução de assaltos a agências bancárias. De acordo com a entidade, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Goiás apresentaram redução mais acentuada.
No caso das agências destruídas por assaltos, principalmente em cidades pequenas, os bancos afirmaram que há dificuldade maior nessas áreas, onde as questões de segurança pública são precárias.
Seminário de Segurança Bancária – Em reunião, realizada na terça-feira 25, na sede da Contraf-CUT, os bancários definiram a data para o Seminário de Segurança do Trabalho, programado para os dias 22 e 23 de agosto, e também discutiram sobre a elaboração de uma ferramenta de monitoração a ataques aos bancos.
“Essa ferramenta será importante para aferirmos com mais precisão os casos de assaltos, arrombamentos e explosões de agências, além de outras ocorrências que envolvem transações bancárias, como, principalmente, as chamadas saidinhas: crimes que começam dentro das agências, mas terminam em outros locais. Por essa razão os bancos não computam como violência bancária e nem sequer são tipificados pela legislação criminal”, ressalta Carlos Damarindo.
“É importante que não só os bancários, mas a população também faça denúncias por meio dessa ferramenta, quando ela estiver implantada, para que possamos mapear com mais precisão essas ocorrências”, acrescenta o dirigente.