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Chapéu
Sem dinheiro

Pente-fino de Temer no INSS ameaça travar ações na justiça

Linha fina
A partir de agosto, Justiça Federal poderá ficar impedida de julgar ações, contra o corte dos benefícios, por não ter verba suficiente
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Foto: Cesar Itiberê/PR/ Fotos Públicas

O corte nos benefícios – aposentadorias por invalidez e auxílios-doença - promovido pelo governo Temer fez com que as pessoas prejudicadas procurassem a justiça para tentar reverter a perda dos benefícios.

Porém, a enxurrada de ações dos últimos anos fez com que a justiça ficasse sem verbas federais para continuar com as ações já em agosto, conforme divulgou a Associação de Juízes Federais (Ajufe).

De acordo com a entidade, a verba anual de cerca de R$ 172 milhões, repassada à Justiça Federal (Tribunais Regionais Federais - TRFs) para assistência judiciária gratuita, que inclui as perícias médicas, não será suficiente para bancar as reavaliações feitas pelo INSS até o final de 2018.

Segundo a Ajufe, apenas em 2017 cerca de R$ 211 milhões foram gastos com exames médicos judiciais. Para cada perito, por exemplo, a Justiça paga o mínimo de R$ 62,13, e máximo de R$ 200 para cada procedimento realizado em juízo. E ainda segundo a Ajufe, sem dinheiro para pagar os peritos judiciais, é impossível elaborar o laudo de condições laborais do trabalhador, que é essencial para o julgamento.

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O secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Carlos Damarindo, lembra que o Sindicato já protestou contra esse pente-fino e argumenta que essa política desastrosa só prejudica aqueles que mais necessitam dos benefícios.

“Primeiro, tudo isso está acontecendo porque o governo Temer quer tratar o trabalhador como criminoso. A meta desse golpista não é fazer correção de possíveis erros, é  tirar um direito do trabalhador que, por muitas vezes, adoeceu ou sofreu acidente de trabalho. Ao invés de punir as empresas pelo adoecimento dos trabalhadores, ele prefere colocar a conta no colo do trabalhador. E com a perda dos benefícios era óbvio que o segurado iria recorrer ao judiciário”, afirma o secretário.

Desde que o governo iniciou a revisão, mais de 400 mil benefícios sociais foram cancelados. Nessa leva, 228 mil são de auxílios-doença, 151 mil de Benefícios de Prestação Continuada (BPC) e 43 mil de aposentadorias por invalidez.

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