“Não vai ter sábado. Não vai ter domingo”. Foi dessa forma, sem dar maiores detalhes, que o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que as agências da Caixa estarão abertas aos finais de semana para saques do FGTS, o que significa que um grande contingente de empregados do banco público trabalhará nos sábados e domingos.
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“É um absurdo a forma como foi feito o anúncio, gerando apreensão e dúvidas nos empregados sem dar qualquer detalhe de como essa operação vai funcionar. Sabemos apenas que acontecerá por 6 meses, tempo muito superior aos 2 meses da operação para os saques de contas inativas do FGTS em 2017. Cobramos do banco esclarecimentos com urgência”, enfatiza o diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.
O diretor do Sindicato cita ainda que a operação para os saques do FGTS será muito maior do que a de 2017, quando as agências ficaram superlotadas.
“O próprio Pedro Guimarães admite a grandiosidade dessa operação, que pode chegar a 160 milhões de pessoas e 270 milhões de contas. Nas palavras dele, a operação é `algo que praticamente nunca foi feito´. Cancelar o PDV das agências como foi feito, além de ser um desrespeito com os interessados, não é suficiente. Temos a base de comparação com os saques de 2017, operação bem menor do que essa que virá, quando as agências ficaram superlotadas (foto) e os empregados ficaram extremamente sobrecarregados”, lembra Dionísio.
“Além de condições de trabalho adequadas, uma das nossas grandes preocupações é com a segurança. Uma unidade superlotada não é segura nem para empregados e nem para clientes”, acrescenta.
Dionísio ainda vê essa operação, diante do processo de desmonte que é imposto na Caixa pelo governo federal, como uma grande armadilha contra o banco público.
“Temos de lembrar que estamos falando de um governo privatista ao extremo, que vive questionando o papel dos bancos públicos brasileiros. Já existe uma enorme insatisfação com a superlotação das agências, com a sobrecarga, os descomissionamentos arbitrários, a evasão de conhecimento. Um verdadeiro processo de desestruturação. O governo primeiro desmonta a Caixa e depois traz toda a sociedade para dentro das agências. Uma armadilha que vai deteriorar a imagem do banco junto à população”, conclui Dionísio.