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Caos em agência do Bradesco expõe ineficiência das Unidades de Negócios

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Bancários da agência do Bradesco 1129, localizada no Jardim Robru, no extremo da zona Leste de São Paulo, estão enfrentando jornadas exaustivas de trabalho que chegam a 12 horas diárias, e correntistas chegam a demorar seis horas para serem atendidos.

A agência é uma Unidade de Negócios, e o INSS a indicou como agência referência, sem ter condição ou estrutura para este tipo de atendimento.

Essa agência tem cadastrado como correspondente bancário uma papelaria. Direcionaram o atendimento das aberturas dessas contas para esse local, e os clientes que iam abrir conta estavam desconfiando de golpe.

Com o fracasso do atendimento no correspondente bancário, o atendimento foi redirecionado novamente para essa Unidade de Negócio, que não tem estrutura para atender mais essa demanda.

“A situação está ruim para bancários e clientes. Além dos trabalhadores saírem para almoçar às 16h, os clientes estão aguardando mais de seis horas para serem atendidos. Constatamos que a maior parte dos clientes é público preferencial [idosos, gestantes, PCDs, pessoas com crianças de colo] e havia até quem estivesse sentado no chão”, relata o dirigente sindical Edegar Faria.

Bradesco fecha agências e elimina postos de trabalho

O Bradesco eliminou 2.301 postos de trabalho em 2021, mesmo tendo lucrado R$ 26 bilhões no ano. O banco também encerrou 448 agências no ano passado, e transformou 273 em Unidades de Negócio.

O Sindicato avalia que o Bradesco não tem por que demitir com esse lucro e com a evidente sobrecarga de trabalho em tantos departamentos e agências. Assim como não tem por que fechar agências, dificultando cada vez mais o serviço bancário para os seus correntistas, que pagam altas tarifas e juros, mas não conseguem um atendimento presencial digno. O caso da agência 1129 comprova isso.

O que foi feito pelo Sindicato até o momento?

Em reunião com a gerência regional responsável pela Unidade de Negócio 1129, na sexta-feira 8, o Sindicato saiu com o compromisso de que o local contaria com funcionários de apoio diariamente; que a papelaria que atua como correspondente bancária seria descadastrada como local para abertura de contas; e que a situação seria normalizada.

Como está a situação atualmente?

O Sindicato voltou à agência no dia 12 de julho e constatou que o caos continuava. “Não é razoável bancários terem jornada de 12h por dia por três semanas. Não é razoável um correntista aguardar das 13h às 18h pra abrir uma conta”, afirma Edegar.

Na sexta feira 15, o Sindicato paralisou a agência, em face da situação inadmissível. Em resposta ao protesto, o Bradesco se comprometeu a aumentar o número de funcionários no local para realizar a abertura das contas, e a respeitar o horário de almoço dos funcionários.

O Sindicato se mantém vigilante e continuará monitorando a agência.

O dirigente sindical Marcio Vieira durante paralisação do Sindicato na agência

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