Representantes dos financiários reivindicaram o fim das terceirizações e a formalização do teletrabalho no setor, em mesa de negociação com a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), nesta terça-feira 16. Foi mais uma rodada de negociações no âmbito da Campanha Nacional dos Financiários 2024, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
Os representantes dos trabalhadores destacaram que vem ocorrendo um aumento de terceirizações no setor, o que precariza empregos e reduz direitos. “Deixamos claro na mesa que o crescimento da terceirização e a redução da contratação formal pelas financeiras prejudica os empregados, que acabam excluídos da CCT da categoria e, assim, deixam de usufruir de uma série de direitos e também de uma representação sindical forte. Quem trabalha em financeira tem de ser reconhecido como financiário, com todos os direitos que isso significa, conquistados em anos de luta pela categoria organizada em seus sindicatos”, destacou Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região.
Na mesa, o movimento sindical também denunciou o aumento de contratações de correspondentes bancários, como mais uma maneira de o setor reduzir as contratações diretas e formais, repassando os serviços para outras empresas que não cobrem os mesmos direitos da categoria.
Teletrabalho
O teletrabalho foi outro tema da mesa desta terça. Os trabalhadores querem que a modalidade seja regulamentada e clausulada na CCT da categoria. “As financeiras com a prática de home office devem ter a modalidade clausulada na CCT”, ressaltou o coordenador do Coletivo Nacional dos Financiários da Contraf-CUT, Jair Alves.
O teletrabalho é abordado no artigo 35 da pauta de reivindicações da categoria, entregue à Acrefi. No documento, o movimento sindical pede garantia de tratamento, remuneração e direitos aos trabalhadores que realizam suas atividades laborais à distância, incluindo a concessão de todos os benefícios previstos para os colegas que atuam presencialmente.
Entre outros pontos da pauta, os trabalhadores reivindicam ainda a garantia de ferramentas e equipamentos necessários para o desempenho do teletrabalho, e que estejam dentro dos parâmetros de saúde e segurança do trabalho. E ainda: respeito à jornada contratual; privacidade nos períodos de descanso; cobertura dos custos e gastos na execução das atividades à distância, com o pagamento de um auxílio teletrabalho.
A representação dos financiários reforçou ainda junto às financeiras, a necessidade de realização de um levantamento sobre o perfil da categoria, reivindicação que já havia sido destacada em rodada de negociação anterior.
“Dentre outras informações essenciais sobre a categoria, o levantamento nos permitira construir medidas mais assertivas para os trabalhadores, além de ser condição básica para um processo negocial sério e efetivo”, acrescentou Lucimara.
A próxima mesa de negociação será nessa sexta-feira 19 e debaterá Saúde e condições de trabalho.
Calendário de Negociações
19/07 – Saúde e condições de trabalho (Tarde)
23/07 – Cláusulas econômicas (Manhã)
30/07 – Cláusulas econômicas (Tarde)