Nesta sexta-feira 19 foi realizada mais uma mesa de negociação entre os representantes dos financiários e a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), no âmbito da Campanha Nacional dos Financiários 2024, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. O tema foi saúde, segurança e violência contra as mulheres.
O movimento sindical criticou a falta de vigilantes nas unidades física das financeiras, o que deixa trabalhadores e clientes vulneráveis a todo tipo de violência.
Jair Alves, coordenador do coletivo, destacou a importância da transparência no aparato de segurança das financeiras em relação aos dados dos locais de trabalho. “Nós queremos entender os métodos utilizados para garantir a saúde do trabalhador no dia a dia dele, em visitas aos clientes e até no próprio local de trabalho,” afirmou Alves, enfatizando a necessidade de um ambiente de trabalho seguro e saudável.
“Os trabalhadores precisam ter segurança para exercer suas funções. Falta vigilantes nas unidades e no exercício do trabalho externo os riscos para os financiários são aumentados. Isto também é responsabilidade dos empregadores e não somente da segurança pública”, destacou Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato.
A representação dos financiários abordou ainda o tema segurança da informação, indicando que quer conhecer quais são os mecanismos que estão sendo adotados para garantir a segurança dos dados, do sistema e dos trabalhadores que operacionalizam esses dados.
“Reforçamos a responsabilidade das financeiras em prevenir fraudes e que queremos entender os modelos de segurança adotados, quais medidas preventivas têm sido tomadas para mitigar os riscos e proteger os financiários e clientes”, acrescentou Lucimara.
Saúde e condições de trabalho
A atual cláusula 53 da CCT dos financiários garante o combate e a prevenção ao assédio moral e a prevenção de conflitos no ambiente de trabalho.
Os representantes dos trabalhadores reforçaram que querem avançar no compromisso das financeiras em garantir um ambiente de trabalho livre de qualquer abuso, violência e assédio.
“Lembramos que o assédio moral é crime e combatê-lo é um dever de toda a sociedade e sobretudo das empresas. Não há mais tolerância na sociedade para empresas que não respeitam a saúde e não prezam o bem estar das pessoas”, ressaltou a secretária-geral do Sindicato.
Sobre as metas, o movimento sindical cobrou que as financeiras apresentem quais os modelos estão sendo implementados, respeitando a especificidade do negócio de cada financeira, mas tendo como objetivo a garantia de um ambiente saudável e equilibrado, garantindo igualdade de oportunidades para todos.
As metas de desempenho têm sido um ponto central nas discussões, pois pesquisas realizadas na categoria apontam que elas são o maior fator de desencadeamento de condutas violentas e de assédio moral no ambiente de trabalho. Em resposta a essas preocupações, o movimento sindical tem reivindicado a discussão contínua sobre as metas.
Outro ponto crucial debatido foi a violência contra as mulheres. Os trabalhadores destacaram a necessidade de se implantar um canal de apoio dedicado a tratar de questões relacionadas à violência contra a mulher, com a função de acolher financiárias vítimas de violência doméstica e familiar, proporcionando o suporte necessário à trabalhadora.
Os representantes dos financiários aguardam o retorno das reivindicações. A próxima mesa está prevista para terça-feira 23, e será presencial, na capital paulista.