São Paulo – Os bancários conquistaram o compromisso da ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da construção de uma mesa tripartite, entre os representantes das instituições financeiras, trabalhadores, e Seppir, para debater a questão racial.
A audiência pública que ocorreu em Brasília na quarta-feira dia 15, teve como principal objetivo levar ao conhecimento da ministra Luiza Helena de Bairros o desrespeito dos bancos ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em 2009 pela Febraban, que previa políticas de inclusão de mulheres, negros e deficientes na categoria.
Durante as mesas temáticas que tratam da questão, os bancos se esquivam e não apresentam a real situação principalmente dos negros para o movimento sindical.
“Além de não implantar ações efetivas para acabar com problema do racismo dentro dos bancos, o que percebemos é uma verdadeira limpeza étnica com demissões de negros, principalmente no Itaú, como mostra o próprio relatório de sustentabilidade que aponta aumento no número desligamento de mulheres negras no banco em 2011”, afirma o diretor do coletivo de combate ao racismo Júlio César Silva Santos.
Representantes dos trabalhadores também expuseram durante audiência com a ministra da Seppir problemas no Portal de Oportunidades criado pela Febraban para recrutamento de trabalhadores negros. “As instituições financeiras se negam a divulgar informações sobre as pessoas contratadas e onde estão sendo alocadas, o que prova que o sistema implantado pelos bancos não está funcionando”, completa o dirigente.
Contradição – A audiência pública na Seppir expôs também a contradição dos bancos em resolver a questão, pois reforçam para o movimento sindical que não realizarão um novo mapa da diversidade, no entanto assinam um protocolo de intenções com a Secretaria. “Ficamos sabendo que os bancos estiveram na Seppir e assinaram um protocolo de intenções visando à elaboração de projeto para implantação de ações conjuntas, mas essa boa vontade não é perceptível aos nossos olhos. Esperamos que esse protoco não seja apenas a ratificação das omissões da Febraban”, critica Júlio.
Carlos Fernandes - 17/8/2012
