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Corrupção no Metrô pode chegar no bilhão de reais

Linha fina
Com base em documentos recebidos do Cade, MP paulista conclui que há 'fortes indícios' de ilegalidades ocorridas entre 1999 e 2009, nos governos tucanos de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin
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São Paulo – “São milhões [de reais], talvez bilhões, envolvidos em todo esse esquema”, destacou o promotor Marcelo Mendroni, do Grupo de Repressão aos Delitos Econômicos do Mínistério Público (MP) de São Paulo, a respeito dos "fortes indícios" de formação de cartel e de fraudes em licitações da Companhia Paulista de Transporte Metropolitano (CPTM) e da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) entre os anos de 1999 e 2009.

O MP se baseia na documentação fornecida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, que investiga o suposto cartel.

“Eu posso adiantar unicamente, por enquanto, que pela documentação que recebemos do Cade - que foi o que gerou o início desta investigação, através do acordo de leniência firmado - que existem efetivamente fortes indícios da prática de crime de formação de cartel e de fraudes a licitações”, acrescentou Mendroni, nesta sexta 9.

Em nota, o MP ressaltou que os indícios se referem a, principalmente, cinco processos licitatórios: o da Linha 5 do Metrô, o da manutenção de trens séries 2000, 3000 e 2100 da CPTM, o da expansão da Linha 2 do Metrô, do programa Boa Viagem da CPTM, e da compra de 320 carros.

Segundo o MP-SP, as fraudes nas licitações teriam ocorrido de várias formas, com a definição prévia sobre quais seriam as empresas participantes e as consequentes vencedoras das licitações; a divisão de processos licitatórios entre os concorrentes; a combinação de valores a serem apresentados por cada concorrente nas licitações; e negociações sobre a desistência de impugnação em troca de subcontratação para participação na disputa. Estima-se o envolvimento de quase dez empresas privadas. Há investigação também sobre a participação de agentes públicos.

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Bruno Bocchini, da Agência Brasil, com edição da Redação - 9/8/2013

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