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Prefeitura lança programa de educação

Linha fina
Projeto de reorganização curricular e administrativa da rede municipal ficará disponível na internet para consulta pública até 15 de setembro
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São Paulo – A prefeitura lançou o programa Mais Educação São Paulo, que promove mudanças no currículo e amplia a rede municipal de ensino. A população poderá acessar e opinar sobre o documento, que ficará disponível no www.maiseducacaosaopaulo.com.br até 15 de setembro.

Para a secretária de Formação do Sindicato e coordenadora do Centro de Pesquisa 28 de Agosto (futura Faculdade dos Bancários), Neiva Ribeiro, a proposta da prefeitura é positiva em vários pontos. “Acredito que o projeto vai melhorar a qualidade do ensino na rede municipal, pois além das mudanças no currículo e na avaliação dos alunos, prevê investimentos na qualificação dos professores”, diz a dirigente que representou a entidade durante o lançamento.

Neiva lembra que em sua atuação como Sindicato Cidadão, a entidade defende a educação como bem fundamental para a sociedade. “Por isso é importante que todos, inclusive os bancários e bancárias, entrem no site do projeto e opinem, pois educação é responsabilidade de todos.”

Mudanças – O novo plano divide os nove anos do ensino fundamental em três ciclos: Ciclo de Alfabetização (1º ao 3º), Interdisciplinar (4º ao 6º) e Autoral (7º ao 9º). Atualmente, a divisão é de apenas dois períodos: Fundamental I (1º ao 5º) e Fundamental II (6º ao 9º). Segundo a prefeitura, a medida suaviza a mudança entre os ciclos, pois ao invés de o aluno passar de uma única professora generalista para uma série de especialistas de um ano para outro, a transição será gradativa dentro dos ciclos.

Outra mudança é que no modelo atual existe a possibilidade de retenção do aluno por falta de aprendizado apenas nos últimos anos dos dois ciclos (4º e 9º). O novo programa propõe a retenção não só no final de cada ciclo, 3º, 6º e 9º ano, mas também no 7º e 8º anos, caso o aluno não apresente evolução. A medida impede que, por exemplo, a criança chegue aos oito anos sem estar alfabetizado. Em 2011, com o atual modelo, foi verificado que 38% dos alunos chegaram ao 4º ano sem estar plenamente alfabetizados.

Segundo o prefeito Fernando Haddad, que apresentou o projeto na Praça das Artes, no Centro, nesta quinta-feira 15, o objetivo não é aumentar a repetência: “Sabemos que a indústria da repetência é tão perversa quanto a da aprovação automática. Mas é o sentido de o professor e os próprios estudantes organizarem a passagem de nove anos de maneira que se tenha clareza do que se quer em cada etapa do processo. Ao final do terceiro ano, a alfabetização plena. No sexto e assim por diante. No sétimo, oitavo e nono anos eles entram nas especialidades", explicou.

Avaliações – O plano prevê também o resgate de tradições escolares que foram abandonadas no modelo de aprovação automática. Entre elas a exigência de provas bimestrais; boletins com notas de zero a dez; relatórios de acompanhamento e lição de casa regular. A exigência na avaliação será maior, mas também será ampliado o apoio ao aluno com a criação da recuperação intensiva no período letivo e, caso necessário, nas férias. Além da criação de dependências nos 7º e 8º anos, caso o aluno não evolua em determinada disciplina.

“Está se resgatando alguns marcos para dar referências ao professor e para o estudante daquilo que precisa ser compreendido e assimilado até aquele momento. Os dois ciclos com a aprovação automática acabaram gerando uma perda de referência. Então, os direitos de aprendizado, as referências curriculares, foram se dissipando ao longo dos nove anos e isto contribuiu para uma melhoria da qualidade muito aquém do que o município havia se comprometido em 2007 com o Ministério da Educação", disse o prefeito.

Infraestrutura e formação – O novo plano prevê ainda a construção de 367 novas unidades para a Educação Básica; investimentos na formação dos professores, com a criação de 31 polos da Universidade Aberta; contratação de novos educadores, além dos mais 3 mil nomeados e 2,3 mil contratados emergencialmente neste ano.


Redação, com informações da Secom – 15/8/2013

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