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Protesto contra assédio em agência do Santander

Linha fina
Sindicato realizou ato contra cobranças abusivas de metas e humilhações praticadas por gerente geral na zona oeste e quer solução imediata do banco
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São Paulo – Cobrança abusiva por metas que se desdobra em assédio moral. Por conta de mais um episódio que pode levar bancários ao adoecimento, o Sindicato realizou ato contra o assédio praticado por uma gerente geral do Santander na agência da Praça Isai Leirner, no Jardim Bonfiglioli, zona oeste da capital.

> Fotos: galeria da manifestação

O protesto fechou a agência durante todo o dia nesta sexta 9. A novela começou em abril, quando denúncias chegaram ao Sindicato. “Tudo foi feito conforme determina o instrumento de combate ao assédio moral conquistado pela categoria. Passamos ao banco as queixas dos trabalhadores. O Santander avaliou o caso e constatou, mediante a confirmação de a maioria dos funcionários da agência, que havia prática de assédio moral no local. A direção do banco resolveu manter a gerente geral na unidade e informou ter reorientado a profissional”, relata a dirigente sindical Maria Carmen Meireles.

No entanto, há algumas semanas, novas queixas foram feitas sobre o clima hostil no ambiente de trabalho. “As reclamações dos bancários são sobre a cobrança abusiva por metas feita pela gerente geral, além de humilhações, palavras ofensivas, que criam um verdadeiro clima de tortura no local”, ressalta Carmen.

Durante o protesto, o Sindicato recebeu apoio da população. “Uma cliente nos procurou para relatar que já passou por situações constrangedoras nesta agência, tudo por conta de grosserias praticadas pela gerente geral”, destaca a dirigente sindical.

Carmem ressaltou, ainda, que o Sindicato luta agora para aprimorar o instrumento contra assédio, reduzindo de até 60 dias para até 30 dias o prazo de apuração das denúncias apresentadas. “Enquanto as regras não mudam, cumprimos nosso acordo. Agora, exigimos providências urgentes do Santander para que esses bancários tenham tranquilidade para desenvolver o seu trabalho para o banco”.

Epidemia – No ano passado, 21.144 trabalhadores afastaram-se de suas atividades nos bancos, adoecidos. Desses, 25,7% com doenças como estresse, depressão, síndrome do pânico, transtornos mentais relacionados diretamente ao trabalho. Outros 27% por doenças do sistema osteomuscular (como as LER/Dort). Todas essas doenças são epidemia na categoria bancária.

> Metas: o caminho que leva ao adoecimento
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O assunto foi debatido na primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2013, nesta quinta e sexta, 8 e 9. “A luta contra metas abusivas faz parte da Campanha 2013, mas também está na nossa rotina durante o ano todo. Agências de todas as regiões e também centros administrativos devem denunciar ao Sindicato a prática hostil que leva ao adoecimento”.


Gisele Coutinho – 9/8/2013

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