São Paulo – Último dos grandes bancos a apresentar seu resultado no semestre, a Caixa Econômica Federal alcançou lucro líquido de R$ 3,4 bilhões em 2014, crescimento de 7,9% em relação aos seis primeiros meses do ano passado.
O resultado decorreu, principalmente, do aumento das receitas financeiras de crédito em 46,1% – reflexo do crescimento de 28% da carteira em 12 meses –, da ampliação do resultado de títulos e valores mobiliários em 45,5% e do incremento nas receitas de prestação de serviços e tarifas em 12%.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio foi de 22,1%, considerando os últimos doze meses.
A carteira de crédito ampliada atingiu 19,3% de participação no mercado, com o saldo de R$ 552,1 bilhões, aumento de 28% em 12 meses. Com essa evolução, a Caixa foi responsável por 40,5% do crescimento desse segmento no Sistema Financeiro Nacional.
"Quando observamos essa expansão do crédito, percebemos que a Caixa de fato está cumprindo seu papel de banco público à serviço do desenvolvimento do país. No entanto, têm de ser dadas condições aos empregados para que possam atender melhor a população", afirma o diretor do Sindicato e integrante da Comissão Executiva dos Empregados Dionísio Reis. "É inaceitável que as pessoas fiquem muito tempo em filas para serem atendidas."
A falta de trabalhadores nas unidades aumenta a sobrecarga e, consequentemente, adoece as pessoas. "Para preservar a saúde dos empregados é essencial que a Caixa acelere o ritmo da convocação de concursados e aumente o número de empregados por unidade."
Os números comprovam isso. A Caixa abriu 261 novas agências nos últimos 12 meses e administra 26,814 milhões de contas correntes – são 2,4 milhões a mais do que no meio do ano passado. O número de funcionários subiu de 95.632 para 99.775. Isso significa que enquanto o número de contas correntes cresceu 10%, o número de agências 8%, a carteira de crédito 28%, o de bancários apenas 4%.
Social – A participação da Caixa no mercado de crédito habitacional bateu os 67,6%. O saldo da carteira superou R$ 303,5 bilhões, com evolução de 27,3% quando comparado ao primeiro semestre de 2013. No âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, foram contratados R$ 16,4 bilhões no período, com o total de 210,4 mil unidades habitacionais. Desse valor, 32% foram destinados a famílias com renda de até três salários mínimos. O índice de inadimplência foi de 2,77%, alta de 0,1 p.p. no trimestre.
No primeiro semestre de 2014, foram contratados R$ 14,1 bilhões em operações de saneamento e infraestrutura, sendo R$ 2,3 bilhões em saneamento básico; R$ 2,9 bilhões em financiamentos de energia e logística; R$ 3,8 bilhões em operações de mobilidade urbana, e R$ 5,1 bilhões em infraestrutura urbana. Com desembolsos atingindo R$ 9,6 bilhões, o saldo dessas operações somou R$ 46,2 bilhões, alta de 52,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Os programas de transferência de renda distribuíram R$ 13,1 bilhões em meio a 87,8 milhões de benefícios pagos nos seis primeiros meses do ano. Desses, cerca de 79,4 milhões de benefícios foram pagos no âmbito do Bolsa Família, totalizando R$ 12,1 bilhões, alta de 3,7% em relação aos valores de benefícios pagos no mesmo período de 2013.
A instituição foi responsável, ainda, pelo pagamento de 73,1 milhões de benefícios no primeiro semestre de 2014, como o seguro-desemprego e PIS, o que corresponde a R$ 18,5 bilhões.
As aposentadorias e pensões aos beneficiários do INSS totalizaram 32,9 milhões, somando R$ 30,7 bilhões. No mesmo período, a arrecadação do FGTS foi de R$ 51,2 bilhões, e os saques totalizaram R$ 32,9 bilhões. Ao final do semestre, o Fundo possuía 128,8 milhões de contas ativas.
Redação - 14/8/2014
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Trabalho do bancário foi o grande responsável já que resultado decorreu principalmente do aumento das receitas de crédito e tarifas
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