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São Paulo – “Não podemos naturalizar o preconceito. Não pode ser comum ver pichações contra negros, mulheres e grupos homoafetivos. Não vamos aceitar isso em nenhum espaço”, disse à RBA o professor de Jornalismo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Juarez Xavier, que no dia 24 de julho foi vítima de pichações racistas feitas em banheiros do Departamento de Comunicação Social no campus de Bauru (a 330 quilômetros de São Paulo). O lamentável episódio quatro dias após o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010), principal mecanismo de combate ao racismo do país, completar cinco anos de vigência. A universidade já iniciou investigações para identificar e punir os criminosos.
Após a repercussão do caso na mídia, alunos, professores e funcionários criaram uma comissão que trabalhará por 30 dias para redigir um documento denunciando o racismo e levantando ações que previnam futuros crimes. Eles contam com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o encaminhamento jurídico e penal da questão. Além disso, os grupos ligados ao movimento negro da Unesp também realizarão atividades de cunho didático, para combater o racismo e promover a cultura de paz.
“Queremos partir desse ocorrido para tirar lições de como prevenir atitudes racistas no futuro. Nossa proposta é ampliar o debate sobre esse tema com os professores, para ver como eles trabalham o racismo nas salas de aula”, continuou. Com teor extremamente agressivo, as pichações atacavam mulheres negras, os coletivos de jovens afrodescentes da instituição e o professor, de 55 anos: "Unesp cheia de macacos fedidos", "Negras fedem" e "Juarez macaco".
O professor acredita, no entanto, que o crime de racismo já era esperado, uma vez que os negros passaram a ocupar mais as universidades, um espaço tradicionalmente elitista e voltado à população branca, devido às políticas de cotas. “Somos a única universidade estadual de São Paulo que adotou política de cotas. É uma emergência muito interessante dos grupos que até há pouco tempo ouviam a violência de forma pacífica e agora respondem e se mobilizam.”
“Uma das funcionárias da universidade, chamada Maria dos Santos, que é negra, foi chamada no sábado de manhã para fazer a limpeza dos banheiros pichados, com os olhos marejados. Na segunda-feira, ela não se aguentou e deu um pronunciamento muito forte, dizendo que a chamam de suja, mas que é ela quem limpa dos banheiros que todos usam. É por histórias assim que não podemos deixar que isso se repita”, afirmou o professor. Um grupo de estudos feministas e uma professora do departamento de Psicologia já se colocaram à disposição para atender à funcionária.
Sarah Fernandes - Rede Brasil Atual - 3/8/2015
Após a repercussão do caso na mídia, alunos, professores e funcionários criaram uma comissão que trabalhará por 30 dias para redigir um documento denunciando o racismo e levantando ações que previnam futuros crimes. Eles contam com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o encaminhamento jurídico e penal da questão. Além disso, os grupos ligados ao movimento negro da Unesp também realizarão atividades de cunho didático, para combater o racismo e promover a cultura de paz.
“Queremos partir desse ocorrido para tirar lições de como prevenir atitudes racistas no futuro. Nossa proposta é ampliar o debate sobre esse tema com os professores, para ver como eles trabalham o racismo nas salas de aula”, continuou. Com teor extremamente agressivo, as pichações atacavam mulheres negras, os coletivos de jovens afrodescentes da instituição e o professor, de 55 anos: "Unesp cheia de macacos fedidos", "Negras fedem" e "Juarez macaco".
O professor acredita, no entanto, que o crime de racismo já era esperado, uma vez que os negros passaram a ocupar mais as universidades, um espaço tradicionalmente elitista e voltado à população branca, devido às políticas de cotas. “Somos a única universidade estadual de São Paulo que adotou política de cotas. É uma emergência muito interessante dos grupos que até há pouco tempo ouviam a violência de forma pacífica e agora respondem e se mobilizam.”
“Uma das funcionárias da universidade, chamada Maria dos Santos, que é negra, foi chamada no sábado de manhã para fazer a limpeza dos banheiros pichados, com os olhos marejados. Na segunda-feira, ela não se aguentou e deu um pronunciamento muito forte, dizendo que a chamam de suja, mas que é ela quem limpa dos banheiros que todos usam. É por histórias assim que não podemos deixar que isso se repita”, afirmou o professor. Um grupo de estudos feministas e uma professora do departamento de Psicologia já se colocaram à disposição para atender à funcionária.
Sarah Fernandes - Rede Brasil Atual - 3/8/2015