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PM reprime estudantes em ato pacífico no centro

Linha fina
Jovens preparavam manifestação contra Escola sem Partido e cantavam palavras de ordem contra o "fascismo e a violência" da PM; vídeo mostra agressão policial contra estudante menor
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São Paulo – Policiais militares da base policial da praça Roosevelt, região central de São Paulo, reprimiram a manifestação de estudantes contra o projeto Escola sem Partido antes mesmo de o ato ser iniciado e detiveram dois adolescentes sob acusação de desacato, por eles estarem cantando palavras pelo fim da Polícia Militar. Os jovens, um menino e uma menina, não tiveram os nomes revelados.

Após o ocorrido, os jovens subiram a Avenida Consolação até a altura da Universidade Mackenzie, onde foram surpreendidos pelo efetivo da PM com bombas e balas de borracha. Agora, retornam na mesma avenida, no sentido Praça Roosevelt, entoando palavras de ordem contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o acusando de ser fascista e rechaçando o fechamento de escolas, o que chamam de "reorganização disfarçada".

Os policiais que detiveram os estudantes se recusam a dar informações e estavam sem identificação. Eles se aproximaram dos estudantes e os atacaram com cassetetes e spray de pimenta quando os jovens cantavam palavras de ordem contra o "fascismo e a violência" da PM.

> Vídeos: veja aqui e aqui a repressão da PM

Ao capturarem os jovens, os PMs voltaram à base, reprimindo quem se aproximava com cassetetes, spray de pimenta e até o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo. A jovem foi arrastada por dois policiais masculinos, embora houvesse agentes mulheres na guarnição. Os PMs disseram que os dois adolescentes seriam levados ao 4° Distrito Policial, na Consolação.

O estudante Igor Miranda, da Escola Estadual Fernão Dias, disse que o protesto é contra o objetivo doutrinador do projeto Escola sem Partido. "Eles querem adestrar os estudantes. A escola já é um espaço de pouco debate hoje e vai ficar pior. Ameaçar prender professores por abordar certos temas é um absurdo", afirmou.


Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual - 11/8/2016

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