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Professores paulistas iniciam campanha salarial

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Ato abre campanha por reajuste de 16,6% para repor perdas dos últimos dois anos. Após assembleia, sindicato terá estreia de documentário "A Escola toma Partido", de Carlos Fronzato
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São Paulo – Os professores da rede estadual de São Paulo realizam na sexta 26, na Praça da República, centro de São Paulo, a primeira assembleia da campanha salarial. Há dois anos sem reajuste, a categoria reivindica aumento emergencial de 16,6%, para repor a inflação acumulada entre julho de 2014 e fevereiro de 2016 e a implementação de uma mesa de negociação para efetivar a meta 17 do Plano Estadual da Educação, que trata da equiparação do salário dos docentes a outras categorias de profissionais com ensino superior. A atividade prevê a paralisação das aulas nas escolas estaduais nesta sexta-feira.

Para efetivar a meta 17, os docentes precisam de correções salariais paulatinas que perfaçam 75,33% de reajuste em relação ao salário atual. Os professores também reivindicam a equiparação de direitos dos professores temporários (categoria O) aos demais, convocação dos concursados para preencher as vagas existentes, reabertura das salas fechadas no último ano e arquivamento definitivo da proposta de reorganização escolar.

No ano passado, mesmo após 92 dias de paralisação e 24 manifestações de rua dos docentes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se manteve intransigente e não concedeu reajuste nenhum aos professores. O governador também suspendeu os vencimentos dos docentes, mesmo depois de a Justiça determinar os pagamentos. Os trabalhadores chegaram a reunir 60 mil professores nas assembleias.

“Vamos superlotar a Praça da República e mostrar ao governo estadual que estamos dispostos a lutar até o fim para recuperar parte de nosso poder aquisitivo, por meio do reajuste salarial e para conquistar a equiparação dos nossos salários”, defendem os professores na convocatória da assembleia.

Os professores também querem o fim da política de isenções e renúncia fiscal do governo Alckmin que beneficia setores empresariais e retira recursos da educação. Pelos cálculos do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em parceria com o Dieese, São Paulo já deixou de arrecadar R$ 4,5 bilhões desde 2014, montante que pode chegar a R$ 60 bilhões até 2018.

Após a assembleia, vai ocorrer o lançamento do documentário A Escola Toma Partido, do cineasta Carlos Pronzato. A obra é uma resposta às propostas baseadas no projeto Escola sem Partido, que tramitam em 11 Assembleias Legislativas, na Câmara Federal e no Senado. O filme reúne depoimentos de educadores e especialistas sobre a proposta. Pronzato também é autor do documentário Acabou a Paz, Isso Aqui Vai Virar o Chile, sobre a ocupação de escolas por estudantes em São Paulo.


Rede Brasil Atual - 26/8/2016
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