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Chapéu
usurpação

Sindicato denuncia exploração e mesquinharia do BTG Pactual

Linha fina
Protesto deflagrado na sede do banco evidencia à população que prática de não pagar hora extra prejudica toda a sociedade
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – Para denunciar a exploração que os bancários do BTG Pactual são submetidos na rotina de trabalho, o Sindicato deflagrou protesto na suntuosa sede do banco na sexta-feira 25. Os empregados contam que são obrigados a enfrentar jornadas que chegam a 16 horas diárias, trabalho aos sábados, e sem ganhar um centavo a mais por esse período extra de serviço. Tudo isso para atingir as metas de vendas a fim de e aumentar ainda mais os lucros da instituição financeira.

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Durante a realização do ato foi distribuída publicação produzida pelo Sindicato relatando os abusos cometidos pelo banco e também a falta de respeito com a entidade de defesa dos trabalhadores. 

O Sindicato denunciou o problema em dezembro do ano passado. Algumas semanas depois os reuniu-se com representantes do banco a fim de cobrar o fim desse desrespeito por meio da instalação de ponto eletrônico. Os integrantes do RH alegaram que o banco não paga hora extra porque “remunera bem seus funcionários” e que as jornadas extenuantes fazem parte da “cultura profissional” do banco, e que mudar essa política é difícil.

Na mesma reunião, apresentaram algumas medidas que seriam tomadas: escalonamento das equipes e novas contratações; organização de escalas com pagamento de adicional; e treinamento de gestores. Solicitaram um prazo de três meses para implantá-las e se comprometeram a informar os funcionários a respeito das mudanças que seriam efetivadas. Passados mais de oito meses, nada foi feito. 

“Um banco que lucrou R$ 9 bilhões em dois anos [2015 e 2016] e se recusa a pagar hora extra alegando uma cultura profissional na verdade é mau intencionado”, afirma o dirigente sindical Paulo Rangel. “Com essa prática, os controladores do BTG estão não só usurpando o dinheiro dos trabalhadores, como também desrespeitam a legislação”, acrescenta. 

A legislação trabalhista estabelece que a jornada de trabalho é de oito horas diárias, ou 44 horas semanais, acrescida de duas horas extras diárias, no máximo.

Mas os bancários conquistaram, ao lado do Sindicato, a jornada de seis horas diárias de trabalho, em 1933, e os sábados de descanso, nos anos 1960. Tanto que, quando acionada, é recorrente a Justiça sentenciar como extras as duas horas a mais da jornada de oito horas que praticamente todo bancário cumpre.

“Denunciamos à população que presenciou o protesto que essa prática prejudica toda a sociedade, porque o dinheiro que deixa de ser pago aos empregados permanece represado nas mãos dos executivos do banco, que aplicarão esse dinheiro na ciranda financeira a fim de ficarem ainda mais ricos ao invés de estimular a indústria e o comércio por meio do consumo”, afirma Paulo Rangel.  “É uma atitude mesquinha que aumenta a desigualdade social e não contribui com a economia real”, acrescenta o dirigente. 
 

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