Os bancários têm um compromisso inadiável no começo da noite desta quarta-feira 8: comparecer à assembleia que decidirá os rumos da Campanha Nacional 2018 votando se aceitam ou não a proposta apresentada pela Fenaban na terça-feira 7.
Na negociação realizada ontem 7, os bancos ofereceram reajuste que cobre apenas a inflação medida pelo INPC para salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR e auxílio-creche/babá.
Fora isso, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não trouxe respostas a outras reivindicações importantes da categoria, como manutenção dos empregos e a não adoção das novas formas de contratação previstas na reforma trabalhista.
Pela proposta da Fenaban, o acordo seria de quatro anos, com reposição da inflação a cada data base da categoria (1º de setembro). Para este ano, o reajuste seria de 3,90% (projeção do INPC entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018).
O Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa de negociação com a Fenaban, adiantou que acordo de quatro anos só com garantia de empregos.
Os bancos ainda querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, segundo eles, para garantir segurança jurídica, mas sequer apresentaram a redação das modificações.
Banco do Brasil e Caixa
Na terça-feira 7, os representantes dos bancos públicos também apresentaram propostas incompletas e insuficientes.
O Banco do Brasil propõe a manutenção da maioria dos itens do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e pela vigência que for firmada na mesa única de negociação. O BB acompanhou a proposta de reajuste oferecida pela Fenaban que representa apenas o reajuste da inflação no período (1º de setembro de 2017 a 31 de agosto de 2018), ou seja, sem aumento real.
> Banco do Brasil apresenta proposta insuficiente e incompleta
Já a Caixa apresentou uma proposta de renovação do ACT que ignora dezenas de direitos atualmente garantidos pelo acordo, além de não garantir o pagamento da PLR social e mudar radicalmente o modelo de custeio e cobertura do Saúde Caixa, o que praticamente decretará o fim do convênio dos empregados.
> Caixa apresenta proposta inaceitável
A próxima rodada de negociação com a Fenaban e os bancos públicos ficou marcada para o dia 17 de agosto. A data é determinada pela Fenaban.
Assembleia
A proposta dos bancos será apreciada pelos bancários de São Paulo, Osasco e região em assembleia nesta quarta-feira 8, a partir das 19h, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Centro). E o Comando Nacional dos Bancários indica sua rejeição, pelo fato de a proposta ser insuficiente e incompleta.
“Os bancários de bancos públicos e privados, sindicalizados ou não, devem comparecer massivamente na Quadra hoje e deixar claro que não aceitam essa proposta que não contempla nossas reivindicações”, reforça Ivone Silva presidenta do Sindicato dos Bancários e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Dia do Basta
A assembleia também deve deliberar sobre a participação da categoria bancária nos atos e paralisações da sexta-feira 10 de agosto, o Dia do Basta, chamado pela CUT, CTB, Intersndical e demais centrais sindicais e pelos movimentos sociais, em protesto contra os retrocessos do governo golpista de Temer, como a reforma trabalhista, o aumento dos combustíveis, a entrega do patrimônio nacional e o desmonte das empresas públicas, entre elas a Caixa e o BB, o aumento do desemprego e o empobrecimento da população, com crescimento da miséria e cortes nas verbas da saúde e educação.
Recordes de lucro
Mesmo na crise, os bancos atingem lucros cada vez mais exorbitantes. Em 2017, as cinco maiores instituições financeiras que atuam no país (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa), que empregam em torno de 90% da categoria, lucraram juntos R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5% em relação a 2016.
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Só no primeiro trimestre deste ano, eles já atingiram R$ 20,3 bi em lucro, 18,7% a mais do que no mesmo período de 2017. E os balanços do semestre já divulgados pelo Itaú, Bradesco e Santander apontam que o ritmo de crescimento se manterá.
Veja como foram as negociações anteriores com a Fenaban
> 1ª rodada: Bancos frustram na primeira rodada de negociação
> 2ª rodada: Calendário de negociações foi definido
> 3ª rodada: Categoria adoece, mas Fenaban não apresenta proposta
> 4 rodada: Em mesa de emprego, bancos não se comprometem contra contratações precárias
> 5ª rodada: Bancos não apresentam proposta
Saiba como foram as negociações com o Banco do Brasil
> 1ª rodada: BB mostra disposição para negociar com funcionários
> 2ª rodada: Segunda mesa com BB define abrangência do acordo
> 3ª rodada: Terceira negociação com BB traz poucos avanços
> 4ª rodada: Banco do Brasil propõe reduzir prazo de descomissionamento e não avança na pauta
> 5ª rodada: Mesa de negociação com BB fica zerada na pauta econômica
> 6ª rodada: BB apresenta proposta insuficiente e incompleta
Veja como foram as negociações anteriores com a Caixa:
> 1ª rodada: Empregados e Caixa definem calendário de negociação
> 2ª rodada: Direção da Caixa não garante direitos dos empregados
> 3ª rodada: Governo quer impor o fim do Saúde Caixa
> 4ª rodada: Caixa não avança nas negociações
> 5ª rodada: Caixa apresenta proposta inaceitável