No último mês de julho, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região visitou dois produtores de alimentos orgânicos, fornecedores do Coletivo Conecta em Rede, parceiro da entidade na realização de feiras de produtos orgânicos, agroecológicos e de artesanato.
Albert Manabu Sasaki e Northon Jan Cucik são produtores da região de Parelheiros, extremo-sul de São Paulo, e certificados pela Associação Biodinâmica com o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, administrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que identifica e controla a produção nacional de alimentos orgânicos.
"O Conecta em Rede é um coletivo que chegou ao Sindicato com ótima referência. Para dar ainda mais credibilidade e visibilidade ao tema nós decidimos visitar esses produtores, proporcionando transparência para o bancário sobre a qualidade dos produtos. Foi muito bacana conhecer um pouco do manejo da terra, a preservação ambiental, os princípios agroecológicos. Os produtores são cadastrados nas entidades certificadoras, que por sua vez fazem fiscalizações surpresa no local. São verificados o plantio, a produção de adubo orgânico, as condições das áreas e também são feitas consultas aos registros da produção. Tudo é registrado, do tratamento do solo até a venda”, relata o diretor do Sindicato, Ernesto Izumi.
O Sítio Nossa Vida (@SitioNossaVida), do produtor Albert Sasaki, também atua com turismo rural. No espaço, visitantes tem a oportunidade de conhecer a importância de alimentos sem agrotóxicos para a saúde.
“Albert nos explicou que deveríamos consumir produtos orgânicos da época. A terra produz de acordo com as estações e nossa alimentação deveria seguir esse ritmo. Um produto fora de época quer dizer que ele veio de longe, implicando em custos adicionais. Além disso, há a preocupação com relação aos agrotóxicos. Também pudemos constatar que na produção de ovos orgânicos há uma preocupação grande em não confinar os animais em gaiolas, buscando respeitar os animais”, diz Ernesto.
“Existe também uma grande preocupação com a ecologia. A área da propriedade destinada ao cultivo é uma parte muito pequena. A maior parte é destinada à preservação ambiental”, acrescenta o diretor do Sindicato.
Agrotóxicos
O governo Bolsonaro acelerou a aprovação de 290 novos tipos de agrotóxicos desde que assumiu o poder, em janeiro. De acordo com Larissa Bombardi, autora do Atlas do Uso de Pesticidas no Brasil e Suas Conexões com a UE, esse é um ritmo nunca visto no mais. O mais grave, para a especialista da USP, é que “aproximadamente um terço deles inclui alguma substância proibida pela União Europeia.
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Comida de verdade, sem veneno
Todas as sextas-feiras, das 10h às 19h, uma feira de produtos orgânicos e artesanais ocupa o hall de entrada da sede do Sindicato, na Rua São Bento, 413, Centro, no histórico Edifício Martinelli. É uma ótima oportunidade para encontrar alimentos livres de veneno, o que é ainda mais importante nesse momento em que o governo federal libera número recorde de agrotóxicos.
A mesma feira também ocorre na Regional Osasco do Sindicato (Rua Pres. Castelo Branco, 150, Centro), na primeira e terceira quintas-feiras do mês, das 10h às 17h. E ainda aos sábados, das 10h às 15h, na Regional Paulista do Sindicato (Rua Carlos Sampaio, 305, próximo da estação Brigadeiro do Metrô).