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Campanha dos Bancários 2020: home office é pauta de negociação com a Caixa

Linha fina
Nesta sexta 7, a partir das 11h, será realizada a primeira negociação entre a CEE/Caixa e o banco, na qual será debatido o teletrabalho; Caixa manteve o projeto remoto após pressão do movimento sindical em responsabilizar o banco por fatalidades decorrentes da convocação para trabalho presencial
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Imagem: rawpixel

A primeira mesa de negociação entre a CEE/Caixa (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa) e o banco para debater a minuta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos empregados da Caixa, acontece nesta sexta-feira 7. As reivindicações foram definidas pelos mais de mil delegadas e delegados que, a partir dos sindicatos e dos estados, organizaram o 36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado em julho, de maneira digital. O foco do debate, nesta primeira mesa, será o home office, que também foi o tema da primeira negociação entre Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban.  

Na mesa, será feita ainda a entrega da minuta de reinvindicações e a coordenação da CEE/Caixa, por alternância, passará para Fabiana Uehara Proscholdt, empregada da Caixa e secretária de Cultura da Contraf-CUT, que substitui Dionísio Reis Siqueira, diretor executivo do Sindicato e da Fenae, que segue integrando à CEE/Caixa. 

"O maior desafio dos empregados da Caixa em 2020 é a mobilização, pois temos que nos reinventar e passar por cima de nossas dificuldades com os meios digitais e nossos medos. Temos que lembrar que o Sindicato e a Apcef/SP estão ao nosso lado e de participar das atividades propostas, que têm potencial de arrancar bons resultados. Estaremos juntos e à disposição na nova coordenação da CEE/Caixa. Agradeço a todos sindicatos pela confiança e parabenizo a Fabiana, que assume o posto no comando. Vamos à luta que a vitória será de todxs!", enfatiza Dionísio.

Home Office 

O trabalho remoto já era algo que estava sendo avaliado pelo banco antes da pandemia, inclusive com um piloto desde 2019 e consta em normativo (RH 226). Em 24 de junho deste ano, em entrevista à CNN Brasil, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que o banco vai expandir seu programa de trabalho remoto após a pandemia.

“Não sabemos até quando se dará a pandemia.  Mas hoje, da forma que está ocorrendo na Caixa o teletrabalho, não é bom para o trabalhador. Não existe jornada, as metas são abusivas, não tem ergonomia, dentre outras irregularidades”, enfatiza a empregada da Caixa, secretária de Cultura da Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. 

Por que é importante regulamentar o home office

Em 2017, a Reforma Trabalhista regrou o teletrabalho, mas terminou beneficiando as empresas ao transferir os custos dos empregadores para os trabalhadores, dentre outros problemas.

“Vamos continuar defendendo o home office na pandemia para defender a vida. Mas, após esse período, vamos ter que fazer uma grande discussão com os bancos. Precisamos discutir jornada, os equipamentos, quem será responsável pela compra dos equipamentos, estruturas, tudo isso precisa regulamentar. Não podemos deixar nas mãos dos bancos”, defendeu o secretário de Finanças da Contraf-CUT e presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal), Sergio Takemoto.

Dionísio destaca que foi a pressão do movimento sindical, que ameaçou responsabilizar o banco civil e criminalmente por fatalidades decorrentes da contaminação de empregados por coronavírus, que possibilitou a continuidade do projeto remoto na Caixa. "As convocações para retorno ao trabalho presencial, em meio à pandemia, só cessaram, com compromisso assumido pela VP de Pessoas, após o movimento sindical deixar claro que responsabilizaria o banco, civil e criminalmente, por fatalidades decorrentes da contaminação dos seus empregados. Agora, as negativas do banco quanto as mães e coabitantes de grupo de risco terão de ser revistas", enfatiza o diretor do Sindicato. 

Pauta de reivindicações

A pauta de reivindicações dos empregados da Caixa está baseada em três eixos: Defesa da Vida (Democracia; Empresas Públicas; Bancos Públicos e Defesa da Caixa 100% Pública), Saúde ( Saúde e Condições de Trabalho; Saúde Caixa e Funcef) e Direitos (CCT e ACT e Contratações).

“É de fundamental importância a mobilização de todos os empregados e empregadas da Caixa na Campanha dos Bancários 2020, que ocorre de maneira atípica, virtualmente, devido à pandemia de coronavírus. É a força da nossa unidade que vai garantir os nossos direitos, descritos no Acordo Coletivo de Trabalho; o Saúde Caixa para todos, sem teto para o patrocinador; a manutenção da Caixa 100% Pública, fortemente ameaçada pela política privatista do atual governo; além do reajuste e novas conquistas. Informe-se pelos canais do Sindicato e participe das mobilizações através das redes sociais”, conclama Dionísio Reis.

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