Dia 12 de agosto é comemorado o Dia Internacional da Juventude. A data foi instituída pela ONU em 1999, em resposta à recomendação da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude no mundo. O dia, que deveria ser de comemoração, se transforma em um dia de luta a cada ano.
"Desde de 2016, os jovens vêm sofrendo com a política de exclusão, desmonte das políticas afirmativas, aumento exponencial do desemprego e com a reforma trabalhista. Os jovens, quando conseguem uma colocação no mercado, sofrem com a precarização e se veem obrigados a aceitarem empregos que não oferecem vínculos e muito menos garantias de direitos", afirma o coordenador do Coletivo de Juventude do Sindicato, Márcio Vieira.
O dirigente ainda destaca que não é de hoje que a juventude vem sofrendo com as constantes mudanças políticas e sociais. "A cada dia, vemos a destruição causada por parte do governo federal. Não vemos projeto voltado para os jovens estar em pauta ou citado. Já não temos investimentos em cultura, em saúde, no meio ambiente, em segurança e tampouco em educação. Diante disso surge uma dúvida: o quê podemos esperar do futuro?", indaga o coordenador.
Cortes na Educação
Há dois dias, o governo federal anunciou corte no orçamento que seria destinado ao Ministério da Educação (MEC) para 2021, no valor de R$ 4, 2 bilhões. A justificativa é a crise causada pelo coronavírus.
"A educação nunca foi prioridade neste governo. E agora, quando mais se precisa de investimentos na educação por conta da maior crise sanitária já enfrentada pelo Brasil, o governo simplesmente corta e trata a educação como gasto. Esse corte vai na contramão do que os gestores apontaram como demandas para o retorno às aulas e prejudicará ainda mais o nosso futuro", critica Márcio.
Segurança
Outro problema enfrentado pelo jovem, principalmente pelos moradores de periferia, é a falta de segurança. Em São Paulo, por exemplo, houve uma crescente no número de jovens que perderam suas vidas, principalmente por parte da abordagem policial.
"É notório o aumento da violência por parte do Estado contra a juventude, em especial a juventude negra e periférica, que sofre diariamente com o racismo, com a discriminação. O caminho para mudanças significativas no cotidiano desses jovens é a mobilização e a organização coletiva. A juventude quer viver, quer trabalho, lazer, segurança. E isso só será possível quando conseguir eleger parlamentares e mandatários que tenham compromisso com os jovens e que criem políticas de inclusão", diz Márcio Vieira, que e finaliza:
"Estamos iniciando o período eleitoral, e as eleições municipais que estão aí são uma ótima oportunidade de buscarmos representantes que tenham pautas que realmente dialoguem com os ensejos da juventude".