Estão abertas as inscrições para o 1º Encontro de Coletivos Negros do Itaú. Segundo o banco, o objetivo da iniciativa é o desenvolvimento de jovens universitários que estão buscando ingressar no mercado por meio de programas de estágio ou trainee.
O encontro será realizado na terça-feira 9, das 19h30 às 22h. Inscreva-se.
O que vai rolar no encontro?
- Bate-papo sobre iniciativas de diversidade – Com Marilia Lins;
- Como usar minha experiência em coletivos para passar em processos seletivos? Com Josiane Paixão, Douglas Teixeira e Gabriela Procópio;
- Talk com lideranças negras – com o diretor Moisés Nascimento e a diretora Roberta Anchieta.
Além disso, será disponibilizado um treinamento de LinkedIn, para ajudar os participantes do evento a tornar o perfil na rede social mais atraente para os recrutadores, certificado pela participação e possibilidade de concorrer a vagas de estágio, trainee e efetivas.
Para o dirigente sindical bancário pelo Itaú e membro do coletivo racial do Sindicato Júlio César Silva Santos, com este programa, o Itaú sinaliza ao mercado a possibilidade de novas experiências de acolhimento e desenvolvimento de carreiras para um público marginalizado pelo mercado de trabalho, e que precisa ser valorizado, principalmente no Brasil, onde a população negra integra 56% da população brasileira, e cobra cada vez mais um processo de inclusão e valorização.
“O racismo institucional no mercado de trabalho bancário é um dos principais reflexos de uma categoria que concentra privilégios, principalmente em profissionais não negros, vinculado a um processo estrutural de direitos conquistados, que marginaliza a população negra”, afirma Júlio.
Inclusão racial nos bancos: reivindicação histórica do movimento sindical
Nos últimos 30 anos, se intensificaram as manifestações do movimento sindical bancário no sentido de sinalizar às instituições financeiras o processo de exclusão dos profissionais negros.
A partir de 2008, foi realizado o primeiro estudo (Censo da Diversidade Bancária) desenvolvido pela Febraban, após cobrança do movimento sindical, com intervenção do Ministério Público do Trabalho, que identificou a quase ausência de profissionais negros, e a pouca valorização, com discrepâncias salariais significativas, principalmente no recorte interseccional que atinge as trabalhadoras negras bancárias.
De acordo com o 2º Censo da Diversidade Bancária, as pessoas pretas nos bancos são apenas 3,4% e as pardas 21,3% do total de bancários. Em relação à remuneração, as mulheres negras nos bancos recebem em média só 68% do que recebem os homens brancos. Os dados são de 2014.
“Que a iniciativa do Itaú sirva de referência para outras instituições do segmento financeiro. Mas é muito importante que o Itaú e os demais bancos promovam a igualdade de oportunidades e a equiparação salarial entre negros e brancos, uma reivindicação histórica e permanente do movimento sindical bancário. Esta demanda é fundamental para que a sociedade brasileira – que ainda sofre os efeitos de mais 300 anos de escravidão sem a devida reparação histórica – se torne mais justa e igualitária”, afirma Júlio César.
Júlio César Silva Santos, dirigente sindical bancário pelo Itaú e membro do coletivo racial do Sindicato