Após uma emocionante abertura realizada no domingo 27, nesta segunda-feira, 28 de agosto, o 6º Congresso da UNI Global Union - sindicato global que representa mais de 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo mundo - prosseguiu com importantes debates na Philadelphia, Estados Unidos.
Estão reunidos na Philadelphia líderes sindicais de todo o planeta, de diversas categorias, para debater, trocar experiências e organizar a luta global pelas mudanças que o mundo e os trabalhadores precisam.
Nesta segunda-feira, os trabalhos do 6º Congresso da UNI Global Union foram iniciados com a aprovação da ordem do dia e do regimento do Congresso; eleição das Comissões de Credenciamento e de Resoluções; aprovação dos relatórios financeiros do último período; e aprovação de importantes moções, com a da UNI Mulheres, por mais direitos, representação em espaços de poder e equidade.
Na sequência, ocorreu a fala da secretária-geral da UNI Global Union, Christy Hoffman.
"Nossa missão é fortalecer os sindicatos, a fim de melhorar a vida dos trabalhadores e mudar o equilíbrio do poder global. E isso significa não apenas falar sobre isso, mas realmente fazer a diferença. Fazer acontecer. E nós estamos fazendo isso", enfatizou Christy Hoffman.
"Viemos aqui hoje para nos comprometer contra as forças que estão alinhadas contra nós, contra os direitos dos trabalhadores e contra os sindicatos (…) Precisamos lutar e, quando lutamos, vencemos!", completou a secretária-geral da UNI Global Union.
“No segundo dia do Congresso Mundial da UNI tomamos contato com diversas experiencias sobre como trabalhadores e trabalhadoras organizados podem conquistar avanços em suas negociações coletivas. Muitas lutas que outros sindicatos ao redor do mundo estão travando são conquistas que já temos garantidas em nossa Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários brasileiros. Por isso a importância de lutar pela manutenção dos nossos direitos”, relatou o dirigente do Sindicato Edegar Faria.
Equidade
No painel "Equidade de direitos para mulheres através da negociação coletiva", foi colocada a necessidade da inclusão de jovens mulheres nas diretorias das entidades sindicais ao redor do mundo; além da missão de combater a pobreza menstrual e lutar pela descriminalização do aborto.
Após o debate, foi realizada uma roda de conversa na qual foram apresentadas experiências bem sucedidas de promoção da equidade de direitos para as mulheres através de negociações coletivas.
#MakeAmazonPay
No último painel do dia, foi apresentada a experiência da organização mundial dos trabalhadores da Amazon na luta por direitos, remuneração justa e melhores condições de trabalho, com a campanha #MakeAmazonPay. A Amazon reconhecidamente age contra o sindicalismo e os direitos dos trabalhadores.
"A Amazon precisa pagar pelos desmandos que foram relatados aqui. Precisa respeitar a organização dos trabalhadores, precisa contratar legalmente, oferecer condições de trabalho, de salário, e não precarizar as relações de trabalho (…) É muito importante apoiar a luta dos trabalhadores da Amazon, que também é a luta dos bancários, contra a precarização e a terceirização", enfatizou a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro.
"A Amazon possui mais de um milhão de trabalhadores, que têm muita precariedade nos seus contratos de trabalho. A Amazon sistematicamente comete atitudes anti-sindicais, pressiona por mudanças de leis para retirar o direito à sindicalização, e demite trabalhadores sindicalizados. Eles estão realizando greves, com êxito em alguns lugares, especialmente na Itália, onde conquistaram a assinatura da primeira Convenção Coletiva de Trabalho", relata o secretário de Relações Sindicais e Sociais do Sindicato, Francisco Pugliesi.
Premiação
Esta segunda-feira também foi marcada pela entrega dos prêmios UNI Global Union Awards.
As entidades sindicais finlandesas foram premiadas por aumentarem o número de associados e defenderem a negociação coletiva frente aos ataques sem precedentes a liberdade e direitos sindicais em seu país.
O sindicato HTS, de Uganda, foi premiado pelo seu trabalho bem sucedido de organização dos trabalhadores da rede francesa de supermercados Carrefour, que instalou a primeira unidade no país em dezembro de 2019.
A UNI Global Union também reconheceu e premiou o sindicato dos trabalhadores do setor privado de saúde do Nebal (UNIPHIN). O prémio celebra o trabalho incansável do sindicato na defesa dos direitos dos trabalhadores da saúde, de melhores condições de trabalho e da melhoria geral do setor da saúde no Nepal.
Também foi premiada a organização sem fins lucrativos estadunidense Jobs with Justice (JwJ), pelo seu trabalho de vanguarda na luta por salários iguais para iguais funções, condições de trabalho seguras e práticas laborais justas.