O Itaú comunicou aos seus trabalhadores que irá terceirizar a GAC (Gerência de Atendimento a Clientes). O grupo envolve 86 pessoas com jornada de 8 horas que fazem atendimento de segundo nível a clientes. O aviso foi dado no dia 4 de agosto.
Em reunião realizada com o Sindicato, nesta terça-feira 8, o Itaú informou que a taxa de realocação tem ficado em 89% em processos de terceirização anteriores; e se comprometeu a analisar todas as possibilidades de manter esses trabalhadores dentro do banco. Reforçou, ainda, que parte das pessoas possuí certificação CPA-10 e 20, o que tende a facilitar o processo.
“Os bancários do GAC devem procurar o Sindicato dos Bancários de São Paulo [veja contatos no final deste texto] se julgarem que o Itaú não está oferecendo oportunidades de realocação”, orienta Edegar Faria, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancário do Itaú.
Na mesma reunião realizada na terça-feira 8, o Sindicato apresentou duas propostas que o banco ficou de analisar e dar um posicionamento:
- Caso 80% dos bancários não sejam realocados ao final de 2 meses, o prazo será estendido por mais 1 mês;
- Acompanhamentos dos realocados: divulgação da área de destino e feedback trimestral durante 12 meses para verificarmos se eles continuam empregados e como está se dando a adaptação na nova área.
Também foi reforçada na mesa a preocupação do movimento sindical com as condições de trabalho dos empregados terceirizados nas empresas de atendimento. Esse movimento já ocorreu no passado, resultando inclusive na queda da qualidade do serviço prestado, o que levou o banco a internalizar essas áreas.
Os representantes do banco se comprometeram a apresentar as empresas de atendimento que prestam serviços ao conglomerado, e quais instrumentos garantem condições dignas de trabalho para eles.
Terceirização é sinônimo de precarização
A terceirização de todas as atividades de uma empresa foi uma das perdas da reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017, na esteira do golpe parlamentar de 2016.
“Há anos o Sindicato dos Bancários de São Paulo luta contra a terceirização e seus efeitos representados pela redução de salário, de direitos de representação sindical. Se trabalha em banco, bancário é. É importante que todos os bancários se somem a esta luta ao lado do Sindicato, pois o bancário de hoje pode ser o terceirizado de amanhã.”
Edegar Faria, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancário do Itaú
Segundo estudo da CUT feito em parceria com o Dieese, os trabalhadores terceirizados ganham, em média 25%, menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos).
Bancários devem procurar o Sindicato se a área em que trabalham estiver passando por reestruturação ou terceirização. Veja contatos abaixo.
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