Com ampla participação de empregados de várias financeiras, a plenária virtual realizada na noite desta segunda-feira 26 externou a insatisfação com a proposta de reajuste abaixo da inflação apresentada pela Fenacrefi, mas também revelou a disposição da categoria para a mobilização.
Durante a plenária organizada nacionalmente pela Contraf-CUT, os trabalhadores reconhecem que os resultados das financeiras onde eles trabalham estão muito positivos e indicam ainda mais crescimento. Portanto, não há justificativa para uma proposta tão ruim como a que foi apresentada, e que, segundo eles, chega a ser um desrespeito com o empenho e o trabalho apresentado no último período.
Demonstraram também muita preocupação com relação à PLR – a Fenacrefi propôs um teto para o pagamento, e isso significa, na prática, uma redução dos valores recebidos a título de participação nos lucros. Ou seja, os empregados que participaram da plenária concordaram que a proposta toda é péssima.
Também se mostraram dispostos a aderir a mobilizações e a participar de outras plenárias, reuniões e assembleias.
Expectativa por uma proposta global
Os trabalhadores demonstraram grande expectativa de que na próxima mesa de negociação, que será realizada no dia 5 de setembro, a Fenacrefi apresente uma proposta global, e isso significa ganho real para os salários, VA, VR e PLR.
Também destacaram que a proposta deve abarcar compromissos reais que as empresas assumirão daqui para a frente a fim de combater o assédio moral e para prevenir o adoecimento, além de uma discussão mais efetiva sobre as metas e a sobrecarga de trabalho, que tem sido um problema também para os financiários.
A minuta de reivindicações aprovada contém cláusulas sociais que vão ao encontro de todas essas expectativas, e para as quais os representantes dos trabalhadores cobram respostas.
“Os trabalhadores se empenharam muito, deram o seu melhor, e nada mais justo ter esse reconhecimento por meio de uma proposta que seja minimamente respeitosa e reflita o empenho deles. Uma proposta sem aumento real não vai satisfazer esses trabalhadores, e eles não vão aceita-la, já que as empresas apresentaram crescimento. Ainda mais diante do fato de que, entre as categorias com data-base em junho, como é o caso dos financiários, quase 90% conquistaram ganhos reais para os salários, na comparação com o INPC.”
Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo