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Justiça quebra sigilos de Andrea Matarazzo

Linha fina
Atual vereador paulistano, tucano ocupou cargos de primeiro escalão em governos do PSDB e teria se beneficiado de esquema de propina envolvendo empresas multinacionais
Imagem Destaque

São Paulo - A Justiça Federal quebrou o sigilo bancário e fiscal de 11 pessoas investigadas no esquema de cartel, propinas e corrupção envolvendo o Metrô de São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Urbanos (CPTM) e sucessivos governos tucanos no estado. As informações são dos sites Estadão e G1.

Entre os atingidos pela decisão judicial está Andrea Matarazzo (PSDB), que desde o fim dos anos 90 tem ocupado cargos de primeiro escalão nos três níveis de governo. No Estado de São Paulo, Matarazzo foi secretário de Energia e presidente da CESP e do Metrô. No governo federal, foi ministro de Fernando Henrique Cardoso na Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Na cidade de São Paulo, foi considerado o homem forte das gestões José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), ocupando as secretarias de Serviços, de Cultura e de Coordenação das Subprefeituras. Em matéria de 2008, chegou a ser chamado pela revista Veja de “O xerife da cidade”. Hoje Matarazzo é vereador paulistano pelo PSDB.

As denúncias, produzidas pelo Ministério Publico Federal (MPF) a partir de investigações da Polícia Federal, envolvem negociações suspeitas com a multinacional Alston a partir de 1998, quando o e governador de São Paulo era Mário Covas, do PSDB. A quebra de sigilo foi pedida pelo MPF em 27 de agosto e aceita pela justiça oito dias depois. Abrange o período entre 1997 a 2000. Os pagamentos de propina teriam ocorrido nas áreas de transportes, energia e abastecimento.

Também foi determinada a quebra fiscal das empresas vinculadas aos investigados, inclusive sobre eventuais contas no exterior.

Além de Matarazzo, tiveram os sigilos quebrados Eduardo José Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue, Jean Pierre Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo Villas Boas, Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato, Thierry Charles Lopez de Arias e Jorge Fagali Neto.

A justiça pede ainda informações sobre dois suspeitos de comandar o pagamento de propinas pelo grupo Alstom: Phillippe Jaffré e Pierre Chazot.

Crédito milionário - Um dos contratos suspeitos foi firmado com a então estatal de energia do estado, a EPTE, quando Matarazzo presidia o conselho da empresa. A PF descobriu que a companhia obteve um crédito milionários no banco francês Société Générale, de R$ 72,7 milhões, sem licitação. O dinheiro serviu para a empresa adquirir equipamentos da Alstom.

De acordo com o G1, citando o relatório da PF, empresas no exterior recebiam recursos do grupo Alstom "para depois repassá-los aos beneficiários finais, servidores públicos do governo do Estado de São Paulo, no primeiro semestre de 1998".

Uma das contas era de Jorge Fagali Neto, ex-diretor financeiro dos Correios e ex-presidente do Metrô. Sobre Fagali, a PF diz que, "embora fosse diretor financeiro dos Correios, há evidências de que ele tinha livre trânsito por todas as secretarias de estado".

Para a Polícia Federal, Andrea Matarazzo, como secretário de energia e presidente do conselho administrativo da EPTE, tinha conhecimento de tudo e que tanto ele como seu partido, o PSDB, se beneficiaram do esquema – motivo pelo qual pede seu indiciamento por corrupção passiva.


Rede Brasil Atual - 30/9/2013

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