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Líder do PT firma acordo com MP sobre propinoduto

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Deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino estabelece parceria com promotores para ter acesso a mais denúncias sobre escândalo de corrupção tucana
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São Paulo – O líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, Luiz Claudio Marcolino, reuniu-se nesta quinta-feira 12 com promotores do Ministério Público de São Paulo para estabelecer uma parceria sobre a troca de informações e denúncias que abrangem os contratos superfaturados do Metrô e da CPTM. O escândalo envolve os governadores Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB, que comanda o estado desde 1995.

Sete promotores da área de patrimônio receberam parlamentares petistas. Foi acertado que tanto os deputados como os promotores passarão informações novas, assim que apuradas, sobre o caso.

Segundo o líder do PT, os promotores concordaram que os processos devem ter mais agilidade e se comprometeram a levar a exigência aos seus superiores. Mesmo assim, Marcolino aponta que a prioridade da bancada petista é instaurar a CPI.

“Uma CPI seria o ideal para esse tipo de investigação. Pois com ela podemos pedir a quebra de sigilo bancário dos envolvidos, cassar mandatos de deputados que eventualmente estiverem envolvidos no escândalo e concluir todo o processo em 120 dias”, aponta.

Até o momento foram recolhidas 27 assinaturas. São necessárias 32 para abrir a CPI. Marcolino relata que pela primeira vez um parlamentar da base aliada do governador Geraldo Alckmin assinou o pedido de CPI: o deputado Milton Leite Filho (DEM).

Entenda – A CPI tem a finalidade de investigar a responsabilidade de agentes públicos nas denúncias de formação de cartel entre empresas, superfaturamento nos preços, pagamento de propinas e fraude nas licitações e contratos no período de 1997 a 2013.

Informações do Cade, das justiças alemã, suíça e a francesa apontam que o esquema de superfaturamento de licitações e de pagamento de propinas a quadros do PSDB pode ter movimentado até R$ 450 milhões, desde 2000, quando o governador ainda era Mario Covas.

Nas gestões seguintes, de Serra e Alckmin, o esquema de corrupção teria permanecido. Serra, aliás, é citado nominalmente em correspondências entre diretores da Siemens, obtidas pelo jornal Folha de S.Paulo. O ex-governador tucano teria dado aval a combinações de preços acima do valor de mercado para licitações do Metrô de São Paulo.

Outro nome forte do PSDB que aparece como suspeito nas investigações é o vereador Andrea Matarazzo, acusado de receber propina da Alstom, em investigação da Polícia Federal. O tucano também é citado em outros escândalos, como o caixa 2 da reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Matarazzo teria recebido a propina quando era secretário estadual de Energia, em 2008, durante a gestão Serra.


Renato Godoy – 13/09/2013

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