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Manifestação contra o propinoduto tucano

Linha fina
Panfletagem denunciando sufoco e corrupção no metrô tem concentração às 10h30 em frente ao Sindicato
Imagem Destaque

São Paulo – A bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa de São Paulo promove caminhada e panfletagem pelo centro da cidade. O ato, nesta quarta 18, tem por objetivo chamar a atenção da sociedade para a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure o esquema que pode ter desviado até R$ 12 bilhões do Metrô e da CPTM, promovido pelos governos do PSDB no estado.

O ato contra o chamado propinoduto tucano terá concentração a partir das 10h30 em frente à sede do Sindicato e será encerrado em frente à Secretaria de Transportes Metropolitanos.
Luiz Claudio Marcolino, líder do PT na Assembleia Legislativa e ex-presidente do Sindicato, afirma que a bancada do PT já reuniu 27 assinaturas, de 32 necessárias para instaurar a CPI. A pressão do governo Alckmin tem impedido que deputados de sua base assinem o pedido de CPI. O líder do PT afirma que muitos aliados de Alckmin manifestaram o desejo de assinar a CPI, mas não o fazem por temer represálias.

Mais denúncias – Ainda que o governo tucano tente esfriar o escândalo, as denúncias referentes ao cartel no Metrô e ao pagamento de propinas a dirigentes tucanos não cessam. O secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes (PSDB), reuniu-se 73 vezes com representantes de oito companhias que foram citadas pela Siemens como integrantes de cartéis que atuaram em licitações da CPTM e do Metrô.

O secretário tucano não pode alegar desconhecimento sobre as práticas dessas empresas, já que quando as reuniões aconteceram, ao menos seis das oito empresas já eram investigadas pelo Ministério Público por suspeita de fraudes em licitações da pasta.

Três novas CPIs foram abertas na Assembleia Legislativa nesta semana, como resultado do esforço de deputados governistas para tirar o propinoduto tucano da pauta da Casa. As novas comissões tratarão da violência contra a mulher, o desaparecimento de pessoas e a regularidade dos serviços prestados pela AES Eletropaulo.

Saiba mais – A CPI tem a finalidade de investigar a responsabilidade de agentes públicos nas denúncias de formação de cartel entre empresas, superfaturamento nos preços, pagamento de propinas e fraude nas licitações e contratos no período de 1997 a 2013.

Informações do Cade, das justiças alemã, suíça e a francesa apontam que o esquema de superfaturamento de licitações e de pagamento de propinas a quadros do PSDB pode ter movimentado até R$ 450 milhões, desde 2000, quando o governador do estado de São Paulo ainda era Mario Covas.

Nas gestões seguintes, de Serra e Alckmin, o esquema de corrupção teria permanecido. Serra, aliás, é citado nominalmente em correspondências entre diretores da Siemens, obtidas pelo jornal Folha de S.Paulo. O ex-governador tucano teria dado aval a combinações de preços acima do valor de mercado para licitações do Metrô de São Paulo.

Outro nome forte do PSDB que aparece como suspeito nas investigações é o vereador Andrea Matarazzo, acusado de receber propina da Alstom, em investigação da Polícia Federal. O tucano também é citado em outros escândalos, como o caixa 2 da reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Matarazzo teria recebido a propina quando era secretário estadual de Energia, em 2008, durante a gestão Serra.


Redação - 17/9/2013
 

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