São Paulo – As 1.331 linhas de ônibus da cidade de São Paulo serão reformuladas para suprir de forma mais adequada e ágil as necessidades dos 4,5 milhões de usuários. A medida é parte das iniciativas que a gestão de Fernando Haddad (PT) na prefeitura vem tomando para solucionar o déficit de mobilidade urbana, um dos principais temas das manifestações de junho e pauta da classe trabalhadora.
As primeiras alterações, ainda neste ano, serão realizadas nas linhas que percorrem o corredor Pirituba-São João, na zona oeste, por onde são realizadas 600 mil viagens em um dia útil.
A medida deve trazer mais ônibus a grandes avenidas que carecem de mais transporte coletivo, como a Sumaré e a Pacaembu. A cidade tem 4,5 mil quilômetros de rede por onde passam cerca de 15 mil ônibus e a forma de como estão organizados está errada, segundo o secretário de Transportes da Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto.
Superlotação – A ação da prefeitura deve ajudar a combater um dos principais problemas do transporte público em São Paulo, a superlotação. Pesquisa feita pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) entre os dias 25 e 28 de julho deste ano apontou que os ônibus e metrô que circulam nas cidades de São Paulo estão superlotados e mostrou também que há atrasos e falta de informação para o usuário.
O parâmetro, segundo estudos especializados, para uma viagem confortável é de cinco passageiros por metro quadrado. Atualmente, os ônibus viajam acima desse limite. O estudo levantou também o quanto o usuário se desloca a pé para chegar ao ponto de ônibus. O passageiro de ônibus anda até 1,5 km para chegar ao ponto e o ônibus anda a 10 km/h.
Ônibus na madrugada – No dia 6 de setembro, a prefeitura já havia anunciado outra melhoria no transporte municipal: a partir de janeiro de 2014, 140 linhas de ônibus vão operar diariamente, entre 0h30 e 4h, em São Paulo. Os ônibus noturnos vão passar por corredores da cidade, como as Avenidas Paulista e Faria Lima, em intervalos de 15 minutos.
A operação será dividida em dois sistemas: o estrutural, que acompanhará, sempre que possível, o traçado do metrô e do trem, e o local, que percorrerá os bairros a partir de pontos de integração com as linhas longas, como os terminais.
Os ônibus serão circulares e rodarão os bairros com maior demanda pelo transporte na madrugada.
Empresa pública – O prefeito Fernando Haddad também afirma que cogita estatizar uma das oito áreas do transporte público de São Paulo. No setor escolhido, o serviço seria feito com uma frota própria de uma empresa pública, como acontecia na época da antiga Companhia Paulista de Transportes Coletivos (CMTC).
A ideia surgiu a partir da ineficiência de algumas empresas de ônibus, que recebem repasse da prefeitura e não prestam serviços adequados à população, como a Oak Tree e a Itaquera Brasil. A empresa pública substituiria essas empresas, que teriam seus contratos de concessão rescindidos.
Redação – 10/09/2013
