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Depoimento contraditório de ex-assessor de Capez

Linha fina
José Merivaldo chamou a atenção ao afirmar, por exemplo, que recebeu um cheque de R$ 50 mil da Coaf para quitar uma dívida de R$ 18 mil. Ex-assessor também disse que "devolveria a diferença"
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Rede Brasil Atual
22/9/2016


São Paulo – Em nova sessão da CPI da Merenda da Assembleia Legislativa de São Paulo, instaurada para apurar desvios de recursos públicos em contratos de fornecimento de alimentação a alunos da rede pública estadual paulista, José Merivaldo dos Santos, ex-assessor do presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), não convenceu quando tentou explicar por que depositou na própria conta um cheque da Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf) no valor de R$ 50 mil repassado por Jéter Rodrigues Pereira, outro ex-assessor de Capez.

Merivaldo alegou que recebeu o cheque de Jéter como pagamento de empréstimos feitos quando os dois trabalhavam juntos no gabinete de Capez. Segundo José Merivaldo, Jéter devia R$ 18 mil a ele, que seriam quitados com um cheque de R$ 50 mil e a diferença seria devolvida. A versão provocou piadas e indignação entre os deputados.

Aos investigadores da Operação Alba Branca, Jéter confirmou que receberia R$ 200 mil de propina da Coaf para facilitar as licitações nos contratos da merenda com o governo de São Paulo. Ele afirmou também que Merivaldo seria parceiro neste negócio.

"Eles assumiram dque havia pagamento de propina, ou seja, têm a confirmação do recebimento, a confirmação de que se pagava, tem o contrato assinado da Coaf com o Merivaldo e o cheque depositado na conta dele", afirmou o deputado Alencar Santana (PT).

O Ministério Público suspeita que o cheque de R$ 50 mil seja pagamento de parte da propina. No depoimento de ontem, Merivaldo negou todas as acusações. A próxima reunião da CPI está marcada para daqui a 15 dias. A bancada do PT quer uma acareação entre Jéter e Merivaldo.

Os estudantes que têm acompanhado todas as reuniões se dizem indignados com a forma como a CPI está sendo conduzida. "Estamos aqui para continuar a luta que a gente começou há muito tempo. Conseguimos abrir a CPI, mas agora lutamos para as investigações andarem para frente e não ficar estagnada", afirma a vice-presidenta da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), Thaís Alves.

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> Vídeo: assista a reportagem no Seu Jornal, da TVT

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