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Luciano Velleda, para a Rede Brasil Atual
28/9/2016
São Paulo – Em que pese a indefinição do cenário eleitoral, o secretário municipal de Segurança Urbana de São Paulo e coordenador do programa De Braços Abertos, Benedito Mariano, se adiantou e anunciou a criação da Inspetoria Especial de Redução de Danos, com a expectativa de transformar o modo como a Guarda Civil Metropolitana (GCM) lida com a política municipal de drogas e seus usuários.
Composta por 250 guardas, a Inspetoria tem sede a 300 metros do escritório da operação De Braços Abertos, na região da Luz, centro de São Paulo. Segundo Mariano, desde o começo do programa da prefeitura de São Paulo com os usuários de crack, em 2014, havia entre 200 e 250 guardas municipais na região, porém, muitos viam aquela atividade como um castigo. "Não era perguntado para eles se queriam ou não estar ali", disse o secretário.
A ideia então foi aproximar a GCM da política de redução de danos. "Fizemos um chamamento destes 250 guardas para perguntar se eles queriam ou não trabalhar na nova inspetoria, cujo foco seria a lógica da mediação de conflitos. Então, fizemos uma formação específica para essa inspetoria, com esses temas. É uma aposta difícil, porque talvez o setor do estado que tenha mais preconceito com essa população (de dependentes químicos) seja o da segurança pública. Essa inspetoria cria um novo paradigma e estou convicto de que essa é uma marca importante que vamos deixar na GCM. Essa inspetoria vai contribuir para abrir a visão da Guarda para a população mais empobrecida e vulnerável da cidade", afirma Mariano, dizendo, ainda, que a nova inspetoria é a melhor equipada da cidade.
De acordo com o decreto que criou a Inspetoria Especial de Redução de Danos, a inspetoria terá as tarefas de executar as atividades de policiamento preventivo e comunitário na região da Luz, com foco na mediação de conflitos; inserir a segurança preventiva na lógica de redução de danos; atuar de modo integrado com os órgãos das secretarias municipais que compõem o Programa De Braços Abertos; prestar apoio para que a subprefeitura efetue a limpeza da área ocupada por pessoas em situação de uso abusivo de substâncias psicoativas; mediar os conflitos na área ocupada por pessoas em situação de uso abusivo de substâncias psicoativas, sempre respeitando sua dignidade.
Para simbolizar o caráter especial da inspetoria, houve inclusive alteração no uniforme dos guardas, com o acréscimo de uma boina e um braçal azul-celeste, simbolizando a paz. "Normalmente o uso de boina numa instituição de segurança é preta, para mostrar que é uma força de contenção. A boina azul celeste é o contrário, para simbolizar a mediação e o diálogo", explica.
O secretário e coordenador do programa De Braços Abertos diz ter consciência de que criar uma inspetoria de redução de danos na lógica do programa "é contra-hegemônico", indo no sentido oposto à cultura arraigada da área de segurança pública. "Mas isto também é a cara do De Braços Abertos, ele também é contra-hegemônico, do ponto de vista de como o Brasil trabalhou a política de drogas. Cabe agora à própria GCM manter a importância de ter essa inspetoria", afirma.
28/9/2016
São Paulo – Em que pese a indefinição do cenário eleitoral, o secretário municipal de Segurança Urbana de São Paulo e coordenador do programa De Braços Abertos, Benedito Mariano, se adiantou e anunciou a criação da Inspetoria Especial de Redução de Danos, com a expectativa de transformar o modo como a Guarda Civil Metropolitana (GCM) lida com a política municipal de drogas e seus usuários.
Composta por 250 guardas, a Inspetoria tem sede a 300 metros do escritório da operação De Braços Abertos, na região da Luz, centro de São Paulo. Segundo Mariano, desde o começo do programa da prefeitura de São Paulo com os usuários de crack, em 2014, havia entre 200 e 250 guardas municipais na região, porém, muitos viam aquela atividade como um castigo. "Não era perguntado para eles se queriam ou não estar ali", disse o secretário.
A ideia então foi aproximar a GCM da política de redução de danos. "Fizemos um chamamento destes 250 guardas para perguntar se eles queriam ou não trabalhar na nova inspetoria, cujo foco seria a lógica da mediação de conflitos. Então, fizemos uma formação específica para essa inspetoria, com esses temas. É uma aposta difícil, porque talvez o setor do estado que tenha mais preconceito com essa população (de dependentes químicos) seja o da segurança pública. Essa inspetoria cria um novo paradigma e estou convicto de que essa é uma marca importante que vamos deixar na GCM. Essa inspetoria vai contribuir para abrir a visão da Guarda para a população mais empobrecida e vulnerável da cidade", afirma Mariano, dizendo, ainda, que a nova inspetoria é a melhor equipada da cidade.
De acordo com o decreto que criou a Inspetoria Especial de Redução de Danos, a inspetoria terá as tarefas de executar as atividades de policiamento preventivo e comunitário na região da Luz, com foco na mediação de conflitos; inserir a segurança preventiva na lógica de redução de danos; atuar de modo integrado com os órgãos das secretarias municipais que compõem o Programa De Braços Abertos; prestar apoio para que a subprefeitura efetue a limpeza da área ocupada por pessoas em situação de uso abusivo de substâncias psicoativas; mediar os conflitos na área ocupada por pessoas em situação de uso abusivo de substâncias psicoativas, sempre respeitando sua dignidade.
Para simbolizar o caráter especial da inspetoria, houve inclusive alteração no uniforme dos guardas, com o acréscimo de uma boina e um braçal azul-celeste, simbolizando a paz. "Normalmente o uso de boina numa instituição de segurança é preta, para mostrar que é uma força de contenção. A boina azul celeste é o contrário, para simbolizar a mediação e o diálogo", explica.
O secretário e coordenador do programa De Braços Abertos diz ter consciência de que criar uma inspetoria de redução de danos na lógica do programa "é contra-hegemônico", indo no sentido oposto à cultura arraigada da área de segurança pública. "Mas isto também é a cara do De Braços Abertos, ele também é contra-hegemônico, do ponto de vista de como o Brasil trabalhou a política de drogas. Cabe agora à própria GCM manter a importância de ter essa inspetoria", afirma.