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Chapéu
Sem agrotóxicos

MST investe no aperfeiçoamento da produção de arroz orgânico

Linha fina
Agricultores planejam melhorar a qualidade da produção por meio de capacitação e pesquisas
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Foto: Tiago Giannichini/MST

Referência na produção de arroz orgânico no Brasil e na América Latina, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) está investindo no aperfeiçoamento da produção nos assentamentos. Para isso, firmou parceria para pesquisa e capacitação com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O objetivo é melhorar os processos produtivos e a gestão agrícola.

A reportagem é da Rede Brasil Atual.

Na quarta-feira 30, o MST reuniu mais de 60 camponeses para avaliar a produção da última safra e planejar a próxima, durante o 17º Seminário Estadual do Grupo Gestor. O encontro foi realizado na sede da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), no Assentamento Integração Gaúcha, em Eldorado do Sul (RS).

Intempéries climáticas, como enchentes, vendavais e queda de granizo danificaram cerca de mil hectares de lavoura de arroz orgânico, principalmente nas regiões metropolitana e  da Campanha na última safra, e trouxeram prejuízos ainda não superados. “Muitas lavouras se estragaram, não foram colhidas. Não podemos mais correr esse risco, por isso discutiremos a nossa adesão a seguros a partir da próxima safra”, disse o assentado Emerson Giacomelli, da coordenação do Grupo Gestor.

As crises econômica, política e social também atingiram a cadeia produtiva, o que resultou na baixa do preço para os assentados vender o produto ao mercado. Diante dessa realidade, segundo Giacomelli, o desafio das 460 famílias é “fazer o tema de casa”. "Temos que ser cada vez mais profissionais no que fazemos. A conjuntura está difícil, mas não é por isso que vamos desistir da atividade. Nossa tarefa é fazer o manejo técnico, cuidar das sementes e dos nossos equipamentos, além de planejar os próximos quatro ou cinco anos”.

Safra 2018-2019

De acordo com Celso Alves, por meio da produção orgânica de arroz do MST o campo e a cidade saem ganhando. “É uma cadeia produtiva muito importante, porque temos famílias inseridas no processo, que cuidam dos recursos naturais e oferecem um alimento saudável e de qualidade para a população, sem agrotóxicos. É uma atividade geradora de renda e não excludente conforme o sistema convencional”, disse.

Para a próxima safra, a meta das famílias é colher pelo menos 320 mil sacas de grãos de arroz orgânico, numa área de cerca de 3,3 mil hectares e em 16 assentamentos situados em 13 municípios das regiões metropolitana de Porto Alegre, Carbonífera, Campanha e Fronteira Oeste. Já a estimativa para sementes é de colher 12 mil sacas em 110 hectares.

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