A proibição pela direção da Caixa de participar da integração não impediu o diálogo do Sindicato e da Apcef/SP com mais um grupo de novos empregados aprovados no concurso de 2014. Integração é uma espécie de cerimônia de boas vidas dos novos trabalhadores do banco e a apresentação da atuação das entidades representativas era uma tradição que foi eliminada pela atual gestão do banco.
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Contudo, a reunião com os novos empregados foi feita do lado de fora do prédio da Gipes, na manhã desta quarta-feira 11.
Os dirigentes enfatizaram os ataques ao direito à saúde com a diminuição dos recursos por causa da Emenda Constitucional 95 que congelou os investimentos públicos por 20 anos. Essa limitação está em vigência simultaneamente às investidas contra os planos de autogestão, sob ameaça devido à CGPAR 23, e pelo estatuto vigente da Caixa, que impõe limites de custeio do Saúde Caixa pelo banco.
Além disso, a Caixa não estenderá a cobertura do Saúde Caixa para os novos empregados do banco público. A Gipes São Paulo enviou aos empregados que estavam sendo chamados um aviso que não teriam plano de Saúde.
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“Afirmamos que a intenção declarada é lançar todas as categoria organizadas e a população para os planos privados de saúde”, afirma Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).
Os novos empregados aprovados no concurso de 2014 e contratados somente agora são pessoas com deficiência (PCD) e foram convocadas após muita insistência do movimento sindical e depois de a Caixa perder uma ação judicial movida pelo Ministério Público que obriga o banco a cumprir a lei de cotas. Apenas 1,43% dos empregados eram PCDs, quando a lei exige contratação mínima de 5% para uma empresa do porte da Caixa. E para piorar, o banco não oferece muitas condições de acessibilidade.
Encolhimento da Caixa
O movimento sindical sempre lutou pela ampliação do número de postos de trabalho. Na Campanha Nacional de 2014 foi conquistada a contratação de mais 2 mil empregados. Naquele ano a Caixa tinha 101 mil empregados e passaria a ter 103 mil, mas essa cláusula nunca foi cumprida.
Agora, depois de sucessivos planos de demissão voluntária e aposentadoria incentivada promovidos pelo governo Temer e Bolsonaro, a Caixa opera com cerca de 83 mil empregados.
“A Caixa opera com um número extremamente reduzido de empregados resultando na precarização do atendimento justamente quando se iniciará uma grande tarefa com o pagamento do FGTS”, afirma Dionísio.
“Discutimos a importância do cumprimento da clausula 33 do Acordo Coletivo de Trabalho, que determina o direito ao atendimento à saúde para todos os empregados. Fizemos campanha de sindicalização, lembramos que todos os direitos são conquistas da categoria e nenhum deles foi dado de mão beijada pelo banco. E reforçamos que só a mobilização e a organização dos trabalhadores são capazes de garantir a manutenção e ampliação desses direitos”, acrescenta o dirigente.