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Chapéu
Resistência

Em São Paulo, Frente em Defesa da Soberania é lançada

Linha fina
Objetivo é combater a política privatista dos governos paulista e federal; Ivone Silva, presidenta do Sindicato, que compõe a Frente, esteve presente no lançamento
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Foto: Katia Passos

Foi lançada na Assembleia Legislativa de São Paulo, nesta quinta-feira 19, a Frente Contra a Privatização e em Defesa da Soberania Nacional. O objetivo da frente suprapartidária – que reúne parlamentares, movimentos sindicais e sociais – é contrapor a política privatista dos governos federal e paulista. Ivone Silva, presidenta do Sindicato, que compõe a Frente, esteve presente no lançamento representando os bancários e também a Central Única dos Trabalhadores de São Paulo.

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“A audiência foi muito boa, com a presença da senadora Zenaide Maia, do ex-senador Roberto Requião, do professor Bresser Pereira, do deputado federal Patrus Ananias. Nós tivemos várias informações de como é prejudicial para a nossa soberania fazer a privatização, ou melhor, a entrega de empresas estatais tão importantes para o nossa país a iniciativa privada. A empresa privada só almeja o lucro, para pagar seus acionistas. Ela não pensa no bem comum do país ou de quem depende dos seus serviços”, diz a presidenta do Sindicato.

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Ivone lembrou da vitória dos trabalhadores com a retirada da proposta de capitalização da reforma da Previdência, o que na prática deixaria a aposentaria dos trabalhadores nas mãos dos bancos privados. “A capitalização, que é uma privatização da nossa Previdência, seria muito prejudicial pois significa retirar o Estado e colocar os bancos, que cobrariam altas taxas. Junto com todos os movimentos, conseguimos retirar essa proposta da reforma.”

Ivone Silva durante sua fala no lançamento da Frente (Foto: Katia Passos)

A presidenta do Sindicato citou ainda a Sabesp, que negocia suas ações na bolsa de Nova Iorque, como exemplo dos prejuízos de se privatizar serviços essenciais para a população. “A Sabesp preza mais por pagar seus acionistas do que investir em novas redes ou mesmo ampliar a captação de água. São Paulo sofreu uma crise hídrica por conta disso. Outro exemplo é o serviço de fornecimento de energia elétrica em São Paulo, já privatizado. A conta não ficou mais barata. Ficou mais cara.”

Uma das estatais mais citadas no lançamento da Frente foi a Petrobras, cujo atual presidente já chegou a declarar que o seu “maior sonho” seria privatizá-la. “O governo já vendeu parte do nosso pré-sal e quanto tá o preço da gasolina agora?”, questiona Ivone. “Além de vender o pré-sal, estão acabando com o refino. Hoje enviamos o petróleo bruto e enviamos aos EUA para refinar, sendo que temos refinarias capazes, e compramos de volta o produto refinado. É por isso que a gasolina está em R$ 5”, acrescenta.

Sobre os bancos públicos – como BB, Caixa e BNDES – Ivone destacou o papel social dessas instituições e sua importância para a população. “São os bancos públicos que estão em todas as cidades, onde bancos privados não se interessam em atuar. Mesmo em São Paulo percebemos que os bancos privados estão concentrados no centro, na Paulista e em áreas nobres. Quem atende a periferia é o BB e a Caixa.”

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“A audiência de lançamento da Frente foi muito importante para esclarecer todos esses pontos que prejudicarão a todos nós. E também a questão da privatização da Saúde e da Educação. Ou seja, o desmonte total do Estado, a entrega das nossas empresas. A Embraer já foi. O ponto principal defendido pelos trabalhadores aqui foi o fato de que quando nossas estatais são vendidas para empresas estrangeiras criam-se empregos fora do país, gerando mais desemprego para o Brasil. Nossa reivindicação é que o governo pare de privatizar nossas empresas e gere empregos dentro do país”, conclui Ivone.

Confira abaixo na íntegra a audiência de lançamento da Frente Contra a Privatização e em Defesa da Soberania Nacional.

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