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Chapéu
Mobilização

Protestos em todo país pela soberania nacional no dia 20/9

Linha fina
Atividade foi deliberada na Plenária Sindical Contra as Privatizações de Bolsonaro, realizada nesta quinta-feira 5, em Brasília
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Foto: CUT Brasília

A fim de dar início a uma ampla campanha em defesa das empresas públicas e da soberania nacional, trabalhadores e movimento sindical realizarão, no dia 20 de setembro, Dia Nacional de Mobilização e Protesto do Setor Público. A atividade foi deliberada na Plenária Sindical Contra as Privatizações de Bolsonaro, realizada nesta quinta-feira 5, no Sindicato dos Bancários de Brasília. 

“Vamos promover paralisações e atos nos locais de trabalho no dia 20, em defesa do patrimônio público, do emprego, além de inserirmos a luta em defesa da Previdência Social”, disse o secretário-geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre. Para ele, defender as estatais não é de interesse apenas do setor público, mas da classe trabalhadora e de toda a sociedade. “É o país que está em risco”, alerta Nobre diante da política privatista e entreguista de Bolsonaro.

> Contra destruição do Brasil, povo vai às ruas em 20 de setembro

No último dia 21 de agosto, o presidente de tendência ultraliberal anunciou uma lista de mais nove empresas estatais que serão privatizadas somando-se outras 8 que já estavam no Programa de Parceria e Investimentos (PPI). Estão na lista Correios, Eletrobras e a Lotex (veja lista completa abaixo).

Além das anunciadas, o processo de privatização acontece de forma gradativa em outros setores, como nos bancos públicos, por exemplo, onde os ativos vêm sendo vendidos, inviabilizando a sustentação financeira dessas instituições.

Falar a língua do povo

Uma enxurrada de desinformação é disseminada na mídia tradicional, nas redes sociais e pelas peças publicitárias e discursos do governo federal na tentativa de ganhar apoio da sociedade para a venda das empresas estatais. Para desconstruir essa narrativa, o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, acredita que o caminho é “dissecar o que é soberania” para trabalhadores e trabalhadoras.

“Soberania é o Brasil produzir as plataformas de petróleo para gerar emprego; é ter um sistema financeiro voltado para crescimento interno, com um Banco Central controlado pelo Estado; é colocar alimento barato na mesa do trabalhador brasileiro, e para isso precisamos ter controle das terras. Soberania é o Brasil estar concorrendo democraticamente dentro das regras do comercio internacional e ditando regras”, afirma Freitas.

Durante a Plenária sindical contra as privatizações de Bolsonaro, o presidente da CUT Nacional ainda afirmou que “a qualidade de vida das pessoas tem a ver com o modelo de Estado que se propõe”, sendo que a privatização das estatais implica diretamente nessa equação. Questões como o preço da conta de luz, da gasolina; a oferta de crédito a trabalhadores; a existência de um sistema financeiro voltado para a população, além de uma série de outras questões, segundo Vagner, são seriamente impactadas com a venda das empresas públicas, prejudicando seriamente a sociedade.

A facilitação do entendimento do conceito de soberania e da compreensão dos prejuízos da privatização para a classe trabalhadora também foi defendida pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais. “As pessoas são tocadas quando as consequências da luta alcançam o dia a dia delas. Discutir as privatizações e as estratégias para barrar essa iniciativa, é chegar na vida das pessoas; é entender que esse antiprojeto do governo desnuda a sociedade e acaba com sonhos dos trabalhadores e trabalhadoras, tendo, portanto, o DNA do aprofundamento da crise e do desalento.”

Projeto para o povo

Durante a Plenária sindical contra as privatizações de Bolsonaro, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que a solução para o Brasil está na contramão do que propõe Bolsonaro. “Temos alternativa a esse projeto de desmonte e destruição. Somos contra porque acreditamos em um outro projeto de país, de sociedade.”

A deputada ainda afirmou que o PT está propondo uma série de medidas para contornar a crise sócio-econômica do Brasil. Uma delas é o Plano Emergencial de Emprego e renda, que gera 7 milhões de postos de trabalho sem aumentar o déficit orçamentário da União.

Outra proposta é uma reforma tributária solidária, que se apresenta como um contraponto ao texto que está no Congresso Nacional. Distribuição de renda, taxação de grandes fortunas e ampliação da contribuição social sobre o lucro dos bancos, são alguns dos itens da reforma tributária solidária, que deverá ser apresentada na próxima semana.

Gleisi Hoffmann ainda ponderou que, definitivamente, as manifestações nas ruas devem permancer para fazer a contranarrativa do que vem sendo apresentado pelo govenro. “Temos que levar para as ruas a informação de que, numa reforma tributária justa, é necessária a taxação de grandes fortunas, o aumento da contribuição social sobre o lucro dos bancos, por exemplo. Temos que fazer muitos atos, milhares deles, em defesa das empresas estatais, garantindo que as manifestações nas ruas gere uma conscientização dentro dos locais de trabalho.”

Enfrentamento local

A dirigente do Sindicato dos Urbanitários do DF Fabíola Antezana lembrou o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), vem seguindo os mesmos passos que o ultraliberal Jair Bolsonaro. “Além do enfrentamento nacional, agora temos um processo de privatização rápida das empresas estatais locais, atacadas na mesma linha nacional”, denunciou.

Empresas como a CEB, Caesb, Metrô e o BRB, estratégicas na geração de renda local e na promoção de serviços essenciais à sociedade, poderão ser entregues à iniciativa privada, gerando sérios danos à sociedade.

Empresas públicas que o governo que entregar

– Emgea (Empresa Gestora de Ativos);
– ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias);
– Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados);
– Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social);
– Casa da Moeda;
– Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo);
– Ceasaminas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais);
– CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos);
– Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.);
– Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo);
– EBC (Empresa Brasil de Comunicação);
– Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada);
– Telebras
– Correios
– Eletrobras
– Lotex (Loteria Instantânea Exclusiva);
– Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).

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