O ato e seminário “O Brasil é nosso! Soberania nacional e popular, contra as privatizações” realizado na quarta-feira 4, na Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou um calendário de mobilização unificado em defesa da soberania nacional.
Organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o evento foi bastante representativo do campo progressista e contou com a participação de militantes dos movimentos sociais, com dirigentes do movimento sindical - entre eles dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo -, com parlamentares, pesquisadores, ex-ministros e lideranças políticas como a ex-presidenta Dilma Rousseff e os ex-candidatos à Presidência Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (Psol).
Além de calendário de luta contra a entrega do patrimônio nacional, o evento também lançou uma Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania.
“Vamos realizar uma campanha com representação ampla da sociedade para organizar as atividades e estimular a reprodução desta frente em todos os estados e municípios do país”, disse João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Frente Brasil Popular.
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As entidades, movimentos e partidos que compuseram comitê amplo em defesa da soberania nacional também farão pressão junto a deputados e senadores. “Vamos mostrar aos deputados e senadores o quanto seus estados e municípios perdem com a privatização das empresas públicas”, disse a presidenta do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano, que é dirigente sindical bancária e empregada da Caixa Econômica Federal.
“E vamos mostrar para a população que a imprensa faz campanha para dizer que as empresas públicas são ineficientes e as privadas são melhores. Mas que isso não é verdade. A Europa e os Estados Unidos estão reestatizando as empresas que foram privatizadas. E estão fazendo isso porque depois que elas foram privatizadas o serviço piorou”, completou Rita.
“A gente tem que traduzir para a população o que significa perder essas empresas públicas. Mostrar que mais de 20 mil trabalhadores já foram desligados das empresas públicas neste governo. Temos que mostrar que as empresas públicas são fundamentais para o desenvolvimento econômico, para geração de emprego, mostrar que sem os bancos públicos não há investimento no saneamento básico, não tem financiamento para a agricultura familiar e o alimento vai chegar mais caro na mesa do trabalhador. A gente tem que dizer para a população que desmontar a Caixa Econômica Federal significa moradia mais cara, significa aumentar o déficit habitacional”, reforçou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
“Todo mundo está sofrendo com a política deste governo. É importante a gente juntar esforços para lutarmos contra esse governo de entrega desse país, de entrega da soberania nacional. Essa luta a gente só vai vencer juntos. Estamos todos juntos e é fundamental que ninguém largue a mão de ninguém”, completou a presidenta da Contraf-CUT.
Calendário de mobilização
O calendário nacional de mobilização em defesa da soberania nacional incorporou datas de luta já definidas e aprovou outras. Confira:
7/9 – Grito dos Excluídos e Ato em defesa da educação
20/9 – Greve Mundial em defesa do meio ambiente
24/9 – Vigília no Senado contra a aprovação da Reforma da Previdência
26/9 – Ato Nacional em Defesa dos Correios, em Brasília
3/10 – Ato em Defesa da Petrobras, no Rio de Janeiro e em todo o país
5/10 – Ato em Defesa da Amazônia, em Marabá (PA) e em todo o país
15/10 – Ato em Defesa dos Bancos Públicos, em São Paulo e em todo o país
16/10 – Ato em Defesa da Alimentação Saudável e dos Recursos Naturais
25/10 – Denúncia dos crimes da Vale e lançamento da Campanha pela Reestatização da empresa, em Brumadinho (MG)
18/11 – Ato em defesa da Eletrobrás, em Recife
20/11 – Caravana à Alcântara (MA)