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Chapéu
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Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania Nacional é lançada em Brasília

Linha fina
Entreguismo do atual governo e avanço do capital financeiro e do neoliberalismo sobre os direitos da população foram alguns dos temas abordados no seminário de abertura dos trabalhos do grupo
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Foto: Brasil de Fato

Foi lançada na manhã desta quarta-feira 4, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania Nacional. O lançamento do grupo teve a presença de líderes de vários partidos políticos e de representantes dos movimentos sindical e sociais, que participaram do seminário “O Brasil é nosso!”. Eles criticaram o entreguismo do governo Bolsonaro, a ameaça do capital financeiro à soberania nacional e aos direitos sociais e um projeto neoliberal que destrói o país e sua população.

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Presidenta da frente, a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) lembrou que a iniciativa é suprapartidária e que deve ser encampada por todos m aqueles que se importam com a independência do Brasil.

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“É inaceitável que o Brasil se sujeite a interesses estrangeiros, como esse governo está fazendo.  Sob o discurso de globalização e de eficiência estão desnacionalizando áreas estratégicas. O atual governo está dilapidando o patrimônio publico. Exemplos não faltam: Embraer, Casa da Moeda, Correios, TAG. O Brasil está vendendo subsidiárias da Petrobras para depois alugar. A Eletrobras. Nos Estados Unidos, que muitos acham o que há de melhor, são as forças armadas que controlam suas hidrelétricas. Que outro país esfacela sua autonomia para grandes corporações?”, questionou a senadora.

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A ex-presidenta Dilma Rousseff, em sua participação, lembrou que o Brasil tinha resistido ao neoliberalismo por quatro eleições consecutivas – dois mandatos seus e dois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Hoje vemos que foi necessário o surgimento de um governo neofascista para representar e implementar no país o neoliberalismo. É neo porque os fascistas eram nacionalistas, mas este grupo que está no poder não tem o menor compromisso com a nação, com a soberania nacional”, ressalta. “Foi necessário um impeachment sem crime de responsabilidade; a prisão de um dos maiores líderes da América Latina, o presidente Lula; foi necessária a destruição dos partidos de centro para que surgissem este governo e a sua respectiva proposta neoliberal.”

Ao citar a Petrobras, Dilma também lembrou do projeto de aniquilação dos bancos públicos do governo Bolsonaro. “A destruição do BNDES transforma em impossibilidade o investimento em infraestrutura no nosso país”, enfatiza.

Assista ao evento na parte da tarde:

Em sua fala, o ex-governador e ex-senador Roberto Requião (PMDB-PR) fez uma análise histórica para explicar o avanço do capital financeiro sobre os Estados. Segundo ele, ao fim da Segunda Guerra, quando o nazi-fascismo foi derrotado e a União Soviética consolidou seu poder, o capital, pressionado pelo avanço do comunismo, passa a ceder às políticas sociais e se constitui a social-democracia. Como exemplo dessa política, Requião citou a valorização do voto das mulheres e das minorias, e o avanço das políticas ambientais.

Ainda de acordo com o ex-governador e ex-senador, quando a União Soviética cai, o capital financeiro reage suportado em um tripé. O primeiro ponto de apoio é a precarização dos Estados nacionais e sua substituição pelos bancos centrais, com o capital financeiro mandando e os Estados “se transformando em mandaletes do capital financeiro”, segundo Requião, para reagir contra as populações revoltadas com as perdas dos seus direitos.

O segundo ponto de apoio é a precarização dos parlamentos, com a financeirização das campanhas, quando os parlamentares passam a não ter compromisso com a população e se reportam exclusivamente para os financiadores das campanhas.

O terceiro e último ponto de apoio da revanche do capital financeiro é a liquidação da legislação trabalhista e a inviabilização dos sindicatos

“Assim, o capital financeiro passa a comandar os países. A nossa frente política é uma frente pela soberania nacional e pelos interesses do povo e uma contraposição forte ao domínio do capital financeiro que se contrapõe ao trabalho e à felicidade das populações mais pobres dos países”, enfatiza o ex-governador e ex-senador.

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“Esta semana se fez três anos da consumação do golpe parlamentar que iniciou a jogar o país neste buraco que estamos hoje. Vivemos hoje um momento de destruição nacional, com um governo que está em guerra contra o Brasil e o povo brasileiro”, lembra Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

“Quando falam em privatizar os bancos públicos, nós temos de ter a noção do que isso representa para o país, que é acabar com qualquer possibilidade do Estado intervir para reduzir juros e deixar a farra do mercado financeiro correr solta”, acrescenta.

Segundo Boulos, o atual projeto colocou “um lesa-pátria na Presidência da República, um entreguista que nos faz passar vergonha quando vai lamber botas do Trump nos Estados Unidos”. “Junto com o projeto de destruição da soberania tem a destruição completa do país”, acrescentou o coordenador do MTST.

Assista aos pronunciamentos pela manhã:

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