Os carteiros realizam assembleias na terça-feira 10, em diversos estados do país para decidir se entram em greve por tempo indeterminado, a partir das 22h. A mobilização foi convocada Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) e as assembleias são realizadas pelos sindicatos nos estados.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Segundo o diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba, Douglas Melo, há uma tendência para a greve ser aprovada nas assembleias de hoje. Em São Paulo, a assembleia será realizada na sede do CMTC Clube, no Canindé.
A categoria está em estado de greve em todo o país, porque a empresa não tem se mostrado disposta a negociar, nem mesmo com a entrada do Tribunal Superior do Trabalho (TST) como mediador. “A empresa informou na semana passada que não ia participar do processo com o tribunal”, disse Melo.
A direção da empresa estatal pretende retirar 45 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho, o que, segundo as estimativas de Melo, vão representar um prejuízo anual para cada trabalhador em torno de R$ 5 mil. A empresa também oferece apenas 0,8% de reajuste salarial. A data-base da categoria é 1º de agosto.
Além de defender a manutenção de todas as cláusulas, os trabalhadores querem um aumento linear de R$ 300 por conta de aumento de produtividade, com reposição da inflação pelo índice IPCA-Dieese. Os carteiros também reivindicam que os valores do acordo coletivo de trabalho sejam reajustados pelo percentual do reajuste salarial, entre outros itens da pauta da categoria.
Plenária contra a privatização
A mobilização dos trabalhadores é contra a privatização da empresa também. Na quarta-feira 11, eles realizam uma plenária “de resistência contra as privatizações e a destruição do estado brasileiro”, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Como o governo anunciou um pacote de privatização com 17 estatais, os trabalhadores dos Correios convidaram representantes de outras categorias que atuam nessas empresas para participar da plenária.
A privatização dos Correios, em particular, deve receber resistência dos trabalhadores, da sociedade e do próprio Congresso Nacional. “A resistência é uma necessidade, uma tarefa histórica colocada para os trabalhadores e suas entidades representativas frente a um governo entreguista, explorador e autoritário”, dizem os carteiros. Na plenária, os trabalhadores devem decidir ações conjuntas para esclarecer a opinião pública do processo de entrega da soberania que está em curso no país com o governo Bolsonaro.