O Santander anunciou a terceirização da área de manufatura. O comunicado foi feito nesta sexta-feira 30. Os empregados estão lotados atualmente no Radar Santander, em sua maioria. Mas partes deles trabalha na Torre e no Conexão. Apuração do Sindicato indica que em um primeiro momento poderá ocorrer a transferência de até 1,7 mil bancários para um novo CNPJ nomeado “SX Tools”.
Desde a manhã desta sexta-feira 30 estão ocorrendo diversas reuniões internas com as áreas atingidas a fim de informar que a transferência terá início nesta segunda-feira 3 de outubro.
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A notícia pegou a todos de surpresa – até poucos dias atrás o banco informava apenas uma transferência de local físico da área. A mudança anunciada nesta sexta-feira 30 poderá atingir o contrato de trabalho, a representação sindical e os direitos da convenção coletiva de trabalho da categoria bancária.
Diante do anúncio, o Sindicato entrou em contato com o Santander nesta sexta-feira 30, e foi marcada para as 17h uma reunião de emergência com a presença do RH sindicais e da vice-presidente de RH a fim de discutir a questão.
“Um processo de diálogo e de negociação permanente pressupõe transparência e credibilidade. A direção do Santander não tomou a decisão de terceirizar centenas de funcionários, e muito menos formulou essa mudança de um dia para o outro. Essa alteração em um período tão curto, informando os trabalhadores na última hora, e sem negociação prévia, sinaliza que o banco não respeita o processo negocial coletivo, não está aberto ao diálogo e tampouco respeita os trabalhadores que serão submetidos a alterações profundas nos seus contratos de trabalho, podendo resultar em perdas significativas de salário e de direitos.”
Lucimara Malaquias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander e diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
Luta contra terceirização está começando e passa pela eleição de domingo
O movimento sindical espera que a conversa das 17h seja o início de uma negociação efetiva e responsável sobre a terceirização no Santander, e não medirá esforços para garantir o direito e a representação sindical dos trabalhadores.
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“Também é importante que os trabalhadores entendam que a luta contra a terceirização está só começando, e que passa diretamente pelas eleições de domingo, pois são os deputados e senadores eleitos que definem leis como a reforma trabalhista, que permite a terceirização irrestrita nas empresas”, afirma Lucimara.
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“Portanto é responsabilidade de cada um com suas escolhas nas urnas. O que for responsabilidade coletiva e dever do Sindicato, nós faremos, porém mudar as leis e as regras do jogo dependem do Congresso Nacional e do presidente a serem eleitos”, acrescenta a dirigente.
Clima de circo para anunciar redução de salário e perda de direitos
Na reunião realizada com os bancários nesta sexta-feira 30 pela manhã, os representantes do banco apresentaram as novas condições de forma efusiva e sensacionalista, em uma tentativa de fazer os trabalhadores se posicionarem favoravelmente e induzi-los a acreditarem que as mudanças serão benéficas.
“O tom da apresentação da mudança foi vergonhoso, em uma tentativa de convencer os trabalhadores a acharem incrível que a partir de segunda-feira 3 eles perderão os direitos e conquistas garantidos por uma Convenção Coletiva de Trabalho de uma das categorias mais organizadas do país. Ou seja, perder direitos no Santander virou festa, porque com isso o banco reduzirá custos e aumentará seus lucros. Os trabalhadores que nos procuraram expressaram sentimento de terem sido enganados e traídos pelo banco”, protesta Lucimara.