Esta quinta-feira, 21 de Setembro, é a data em que é celebrado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência.
A data - definida em 1982 pelos movimentos das pessoas com deficiência e oficializada em 14 de julho de 2005, através da Lei 11.133, no primeiro mandato do presidente Lula- coincide com o Dia da Árvore e, as vésperas do início da primavera, simboliza o nascimento das reivindicações por inclusão e participação das pessoas com deficiência na sociedade.
Para Maria Cleide Queiroz, dirigente sindical e coordenadora do Coletivo Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável, ainda é necessário ampliar as garantias por cumprimento e respeito aos direitos das pessoas com deficiências como, por exemplo, a inclusão no mercado de trabalho.
De acordo com nota publicada recentemente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em 2021 apenas 1,1% dos empregos formais eram ocupados por pessoas com deficiência, e nos cargos de chefia a representação desta parcela da sociedade é ainda menor, de 0,5%.
“Nossa mobilização é diária para mudar esta realidade, pois a pessoa com deficiência deve ocupar seu lugar no trabalho e na sociedade como um todo. Para além da inclusão no mercado de trabalho formal, deve ser fornecida no ambiente de trabalho a acessibilidade, suporte e técnicas necessárias, assim como a possibilidade de ascensão na carreira”, enfatiza Cleide, acrescentando ainda que é necessária uma fiscalização mais rígida, pelos órgãos competentes, do cumprimento da Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (8.213/91).
Para a coordenadora do Coletivo Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT, é fundamental que pessoas com deficiência ocupem espaços em sindicatos e conselhos.
“A pessoa com deficiência deve ser protagonista das suas lutas, da defesa dos direitos e da democracia. É importante estarmos juntos no Conade, Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiências, um espaço extremamente importante para a ampliação das políticas públicas de qualidade relacionadas com as pessoas com deficiência, que deve ser fortalecido neste momento de reconstrução da democracia no país”, avalia a dirigente.
“A luta em defesa dos direitos e por mais conquistas é permanente e seguiremos na perspectiva de dias melhores, buscando que a real inclusão das pessoas com deficiência aconteça em todas as esferas da sociedade e na garantia dos direitos humanos”, conclui Maria Cleide Queiroz.