Os empregados da Caixa Econômica Federal lotados na base de atuação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região aprovaram a proposta do banco público para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, no âmbito da Campanha Nacional dos Bancários 2024. A deliberação se deu por meio de assembleia virtual realizada nesta quinta-feira 12, com 68,72% dos votos favoráveis.
“Parabéns pela decisão dos empregados da Caixa. Fizemos uma excelente campanha, debatendo e avançando em temas importantes para o funcionalismo, para toda a categoria e para a sociedade. Saímos desta campanha fortalecidos e mantivemos a mesa única para seguirmos defendendo os direitos da categoria. Teremos muitos desafios pela frente, mas os empregados da Caixa podem ter a certeza de que o Sindicato estará sempre ao lado dos trabalhadores na defesa da Caixa 100% pública e na luta pela ampliação de direitos.”
Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários
Em linhas gerais, o texto aprovado prevê Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) reconhecendo Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado, ou gratificação de função (CTVA), porte e Adicional Pessoal Provisório de Adequação ao PFG (APPA) na incorporação da gratificação após 10 anos na função; possibilidade de redução da jornada, sem redução de salário, para pais de PcD/TEA; discussão sobre a manutenção do plano pós-aposentadoria para contratados pós-2018 e sobre o fim do teto de gastos do Saúde Caixa no estatuto, dentre outra cláusulas.]
Rafael de Castro, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), ressaltou os ataques que a Caixa e seus empregados sofreram nos últimos anos e, diante disto, enfatizou a importância da unidade da categoria.
“Os trabalhadores da Caixa são guerreiros e guerreiras que passaram por oito anos horrorosos. A gente sabe qual foi a realidade. Não há como descrever o clima. Reconstruir essas pontes leva tempo. Para quebrar é rápido, mas reconstruir é muito difícil. E para reconstruir neste cenário de cisão social é mais ainda. Por isso a unidade é fundamental. Temos de discutir o que vai acontecer amanhã. Nós estamos vendo o que está acontecendo nos outros bancos: pejotização, terceirização, agressão, violência. Vocês viram o que aconteceu durante a campanha [no Radar Santander]”, destacou.
Defesa da Caixa 100% pública
Rafael salientou também a importância da defesa da Caixa 100% pública em meio a um cenário que ainda é de ataques. “Nós temos de discutir o que está acontecendo com a Caixa, que deixou de representar as classe C, D e E. Precisamos ter a preocupação de como esse banco ocupa posição no mercado, diante do avanço da digitalização e das fintechs, para atender a população e se manter 100% público. Temos de ter maturidade, unidade, serenidade e, mais do que tudo, coragem para fazer este debate. Nosso debate é de categoria, de unidade, de classe. O momento é de ataque, e mesmo assim saímos com avanços na renovação do ACT”, afirmou.
“Quanto ao acordo da Caixa, vou repetir um compromisso desta campanha, que é o Grupo de Trabalho para discutir o Saúde Caixa. A Caixa reconhece a necessidade de reavaliar o teto do custeio. A Caixa reconhece a necessidade de discutir a inclusão dos admitidos pós 2018 na aposentadoria. Isso nunca foi admitido, nunca foi colocado. E agora é nosso papel lutar para isso avançar”, afirmou.
Para Vivian Sá, diretora do Sindicato, e representante da Fetec-CUT/SP na CEE/Caixa, a aprovação em assembleia de um novo Acordo Coletivo de Trabalho é um passo importante, mas não é o fim de nenhuma luta. “É a manutenção dos nossos direitos e, neste caso, com avanços, mas é um caminho pavimentado para novas conquistas no futuro. Lembrando que temos mesa única para continuar as discussões com o banco, e em paralelo a isto, o Sindicato seguirá presente no dia a dia, à disposição dos trabalhadores para resolver problemas e reivindicações nos locais de trabalho”, afirmou.