
Dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região estão em Angola nesta semana para participar das atividades comemorativas pelos 50 anos da chamada Tomada da Banca. O evento acontece em Luanda, capital do país, e é promovido pelo Sindicato Nacional dos Empregados Bancários de Angola, o SNEBA.
A comitiva do Sindicato é formada por Lucimara Malaquias, secretária-geral, e Chico Pugliesi, secretário de Relações Sindicais e Sociais. Além de celebrar a data histórica, os dirigentes também compartilham a experiência brasileira de negociação e da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários.
Contexto histórico
A Tomada da Banca, ocorrida em 1975, marcou a nacionalização do sistema financeiro angolano, pouco mais de um ano após a independência do país. Naquele momento, instituições privadas como o Banco de Angola e o Banco Comercial de Angola foram estatizadas e, com a lei de fevereiro de 1978, a atividade bancária tornou-se exclusividade de bancos estatais. Apenas a partir das reformas políticas e econômicas dos anos 1990, o setor voltou a se abrir à iniciativa privada e ao capital estrangeiro.
Intercâmbio de experiências

"Durante as atividades, apresentamos aos colegas angolanos o processo histórico de construção da mesa única de negociação no Brasil, bem como a relevância do banco público como instrumento de desenvolvimento econômico. Essa troca é parte de uma parceria de longa data entre os dois sindicatos", afirmou o dirigente Chico Pugliesi.
Diálogo e democracia

Em seu discurso, Lucimara Malaquias destacou a importância simbólica do encontro. A dirigente ressaltou ainda que a negociação coletiva deve ser entendida como um pilar democrático, capaz de assegurar dignidade, cidadania e trabalho decente aos trabalhadores.
"Este momento simboliza mais do que um encontro institucional: ele expressa a essência daquilo que fortalece a democracia, o diálogo social. A Tomada da Banca representou não apenas um avanço no setor financeiro, mas a afirmação da soberania nacional e da construção de um sistema bancário voltado para o desenvolvimento do país e para o bem-estar de seu povo."
Lucimara Malaquias
Cooperação Brasil–Angola
Para os dirigentes brasileiros, a celebração reforça laços históricos e culturais entre os dois países e fortalece a luta sindical em âmbito internacional. "A cooperação entre nosso Sindicato e o SNEBA é histórica, trocamos experiências de mobilização e de organização, participamos inclusive fazendo capacitação e formação de dirigentes em anos anteriores", relatou Lucimara.
"Unidos pelo diálogo e pela cooperação, que Brasil e Angola caminhem juntos, unidos pela história, pela cultura e pelo compromisso com o trabalho decente", concluiu.
