Brasília - Pesquisadores terão acesso a R$ 8 milhões para elaborar estudos científicos e tecnológicos sobre igualdade de gênero, violência contra a mulher, instrumentos de ação do Estado, feminismo, entre outros. O aporte foi anunciado nesta quarta-feira 11, no lançamento da quarta chamada do Edital Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos, no âmbito do Programa Mulher e Ciência, que visa a estimular a produção científica, a reflexão crítica sobre as desigualdades e a sensibilização da sociedade. Essa é a primeira linha de financiamento específica para estudos no campo do gênero.
O edital foi lançado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Dos R$ 8 milhões disponíveis, R$ 3 milhões são do MCTI, R$ 3 milhões da SPM e R$ 2 milhões do MDA.
Segundo o edital, estarão disponíveis duas linhas de financiamento de pesquisas. A primeira, que corresponde a 25% do total, irá para acadêmicos com doutorado concluído há menos de cinco anos, no valor de até R$ 50 mil. A segunda, 75% do total, será destinada a doutores com o título há mais de cinco anos.
Os interessados terão até o dia 14 de novembro para apresentas as propostas ao CNPq. Os resultados serão divulgados a partir da segunda quinzena de dezembro. A bolsa para pesquisa será concedida aos pesquisadores em duas parcelas, dependendo de previsão orçamentária. Dúvidas podem ser tiradas por e-mail [email protected].
"A questão de gênero tem de transversalizar a atuação de vários ministérios e não ser concentrada só na secretaria [SPM], que deve ser um ponto impulsionador. Sabemos que se deixarmos para os ministérios pensarem sobre as políticas públicas para as mulheres, isso não tomaria o lugar importante que tem de ser tomado˜, informou a ministra da SPM, Eleonora Menicucci.
Segundo ela, a secretaria estará empenhada, ainda, em incluir o tema de gênero no Programa Ciência sem Fronteiras, que promove a oportunidade a estudantes brasileiros de cursarem universidades no exterior.
"A discussão sobre esse tema faz com que nós saiamos do nosso lugar de conforto para pensar e introduzir novas questões e temáticas, que, na verdade, já são velhas. As mulheres são 52% da população e mãe da outra metade˜, disse Eleonora.
De acordo com o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, o objetivo do financiamento, além de estimular a produção científica, é o de promover a participação da mulher na pesquisa e em carreiras acadêmicas. "Esperamos que esse edital gere riqueza de conhecimento e possibilite a elaboração de novas políticas públicas em todos os âmbitos da administração pública”, explicou o presidente do CNPq.
O lançamento do edital ainda contou com a participação do ministro do MCTI, Marco Antônio Raupp, e do secretário executivo do MDA, Laudemir André Müller.
Agência Brasil - 11/10/2012
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Estudos científicos e tecnológicos poderão refletir e criticar sobre as desigualdades e sensibilizar a sociedade sobre, por exemplo, a violência contra a mulher
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