São Paulo – Com o caso BVA, chegou a oito o número de instituições financeiras de médio porte que sofreram intervenção do Banco Central nos últimos dois anos. Além do BVA, a lista inclui os bancos Cruzeiro do Sul, PanAmericano, Morada, Schahin, Prosper e Matone e a financeira Oboé. Juntos, deixaram um rombo de aproximadamente R$ 10,8 bilhões.
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As intervenções do BC foram motivadas por irregularidades nos balanços, o que levou essas empresas a fecharem suas portas ou terem suas operações transferidas para outros grupos.
No BVA, o BC disse ter constatado “graves violações às normas legais” e prejuízo acumulado de R$ 97,3 milhões no primeiro semestre deste ano. A autoridade monetária tornou indisponíveis os bens dos controladores e ex-administradores e nomeou como interventor da instituição o servidor Eduardo Félix Bianchini.
A ação se deu pouco mais de um mês depois da liquidação extrajudicial do Cruzeiro do Sul, no qual foi detectado rombo de R$ 4,3 bilhões. Os proprietários, Luís Felippe Índio da Costa e Luís Octávio Índio da Costa, pai e filho, foram indiciados criminalmente pela Polícia Federal por ilícitos contra o sistema financeiro, gestão fraudulenta e formação de quadrilha. O filho foi preso pela PF na segunda-feira 22 e o pai, no dia segunte.
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Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, a regulamentação do sistema financeiro é essencial à saúde da economia brasileira. “É necessário mais controle financeiro.” Ela acrescenta que este é um debate permanente entre os trabalhadores do setor em todo o mundo. “A UNI Américas propõe a criação de organização internacional no âmbito do G20 para fazer esse controle.”
Em entrevista à imprensa, fontes da equipe econômica do governo disseram que os problemas nessas instituições financeiras de médio porte não são um risco para o Sistema Financeiro Nacional, já que juntas representariam apenas 0,40% dos ativos e 0,60% dos depósitos.
De qualquer forma, a direção do BC informa que o órgão estuda medidas para aperfeiçoar a supervisão sobre o setor. Durante evento em Gramado (RS), na segunda 22, o diretor de fiscalização do BC, Anthero Meirelles, anunciou a criação de um novo departamento que, segundo ele, teria uma visão mais geral das instituições. O departamento seria implantado em 2013.
Ele também ressaltou que o BC já melhorou o monitoramento desde que passou, em abril, a contabilizar no Sistema de Informações de Crédito empréstimos a partir de R$ 1 mil concedidos pelas instituições financeiras. Antes só eram contabilizadas operações a partir de R$ 5 mil.
Redação - 23/10/2012
