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São Paulo tem balanço negativo

Linha fina
Maior cidade do país vive déficit em diversas áreas, desafios para o próximo prefeito
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Em 2013, o novo prefeito da capital do estado economicamente mais rico do país não terá apenas de avançar em políticas públicas mas, antes de tudo, administrar déficits.  É o que mostram os dados de áreas fundamentais como transporte, saúde, educação e moradia.

Com 11 milhões de habitantes, São Paulo convive com problemas que nem chegaram perto de ser solucionados nos últimos anos. Balanço da Rede Nossa São Paulo, divulgado em junho deste ano, mostra que a gestão do atual prefeito Gilberto Kassab não cumpriu 64% das metas apresentadas após sua eleição, em 2008.

Baseado em números da própria prefeitura, o estudo, de junho, mostra que na área de saúde, nenhum dos três hospitais prometidos começou a ser construído, estando ainda em fase de licitação.

Educação – Outra promessa não cumprida previa colocar 62.621 crianças necessitadas em creches, mas apenas 20.700 foram atendidas, ou seja, 33% desse total. Segundo dados do Censo Escolar, apenas 26,8% das crianças entre 0 e 3 anos estão matriculadas em creches e, até junho, 145.221 bebês de São Paulo esperavam por uma vaga em creche, de acordo com levantamento feito pela Secretaria Municipal de Educação. Essa situação motivou inclusive ação do Ministério Público do Estado responsabilizando judicialmente o prefeito.

A reforma de 30 escolas municipais de educação infantil (Emeis), a construção de outras 64 e reforma de 30 centros de educação infantil (CEI) também estavam previstas na agenda do município, mas não se concretizaram.

Mobilidade – O levantamento da Rede São Paulo informa ainda que o Plano de Metas previa a implantação de 66 quilômetros de corredores de ônibus na capital. Nenhum saiu do papel. Assim, os paulistanos são os brasileiros que mais tempo levam de casa ao trabalho. Segundo o IBGE, 25,1% dos moradores da capital paulista demoram entre uma a duas horas para chegar ao trabalho. A média nacional, de acordo com o Censo divulgado em abril, aponta mais da metade da população ativa (52,2%) gastando entre seis a trinta minutos nesse percurso.

Moradia – Os números da Secretaria Municipal de Habitação mostram que pelo menos 3 milhões de pessoas – quase 30% da população – moram em condições precárias em São Paulo. A prefeitura informa ainda que são 380 mil domicílios em favelas, 383 mil em loteamentos e 80,4 mil em cortiços, e que seria necessária a construção de pelo menos 226 mil moradias. Esse déficit sobe para 670 mil quando se leva em conta habitações com algum tipo de inadequação, entre elas a falta de regularização fundiária. Enquanto isso, imóveis abandonados e com dívidas milionárias de IPTU no centro da cidade continuam sem uso.


Andréa Ponte Sousa - 16/10/2012
(Atualizada às 16/10/2012)

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